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    Lava Jato

    Pastor diz que foi induzido por Cabral a assinar doação de TV para presídio

    DO RIO

    04/11/2017 12h58

    O pastor Carlos Alberto de Assis Serejo, da Igreja Batista do Méier, afirma que foi "induzido" pelo ex-governador Sérgio Cabral a assinar a doação de equipamentos para a instalação de home theater na Cadeia Pública José Frederico Marques, onde Cabral está preso.

    Em nota de esclarecimento assinada por ele e por seu advogado, Heckel Garcez Ribeiro, o pastor conta que foi procurado por Cabral na tarde de 27 de outubro, durante culto no presídio.

    Segundo ele, o governador explicou que precisava da assinatura de representante de instituição religiosa ou filantrópica para "legitimar" a doação dos equipamentos e liberar seu uso.

    Os equipamentos já estavam no local e o documento de doação, pronto, esperando apenas a assinatura.

    "É fato que o Sr. Carlos Serejo e os outros agentes religiosos foram induzidos (enganados) a cometer o equívoco de assinar a doação, sendo usados e manipulados por um homem ardiloso cuja vida traduz a sua astúcia e o poder de manobra para conseguir o que almeja", diz o texto.

    O pastor defende que concordou com o pedido "visando o bem dos que ali estavam" e "no claro intento de ajudar o próximo". "O intuito dos pastores e missionárias, no entanto, era colaborar com a ressocialização dos presos. O foco jamais foi beneficiar exclusivamente o preso Sérgio Cabral", diz.

    O "cinema caseiro" do presídio onde está Cabral tinha tocador de blue ray, TV de LED de 65 polegadas, caixas de som e 160 CDs. Teria sido adquirida pelos próprios presos.

    Na terça (31), após a história vir a público, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) decidiu retirar os equipamentos da cadeia e suspender "qualquer tipo de doação feita por entidades religiosas a unidades prisionais".

    A secretaria disse que doações semelhantes foram feitas a quatro outras unidades do sistema penitenciário estadual.

    OUTRO LADO

    Procurada, a defesa de Sergio Cabral negou ter participação no caso.

    O advogado Rodrigo Rocca afirmou que não tem notícia de que o ex-governador "tenha solicitado a quem quer que seja a assinatura de documentos no interior da unidade onde se encontra".

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