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Poder
Sunday, 19-May-2024 12:05:00 -03Versatilidade foi determinante para compra de navio, afirma almirante
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO05/11/2017 02h00
O comando da Marinha teve de tomar decisões corajosas, como aposentar o porta-aviões São Paulo. Era o maior navio da esquadra e foi fundamental para a Marinha voltar a operar aviões comuns -em contraste com helicópteros.
Mas reformar e modernizar o São Paulo, que tem mais de meio século, custaria uma fortuna. Por sorte, veio da França uma solução: o Bahia, navio anfíbio capaz de operar helicópteros e embarcações de desembarque, transportar fuzileiros navais, além de ter um hospital a bordo.
Acima de tudo, de acordo com o comandante da Marinha, almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o Bahia é "multipropósito": serve para a guerra e para missões humanitárias. Um navio britânico ainda mais capaz foi avaliado pela Marinha, segundo ele. Resta saber se haverá verba para mais uma "compra de ocasião".
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Folha - O Navio Doca Multipropósito Bahia é hoje o mais importante meio naval da Marinha. Qual foi o motivo de ter sido selecionado?
Eduardo Bacellar Leal Ferreira - O NDM Bahia é um dos mais importantes da esquadra brasileira. Embora planejado para operações de alta intensidade, é indicado para as de baixa intensidade, como missões de caráter humanitário e auxílio a desastres. Isso foi preponderante para a decisão em transferi-lo para o Brasil.
A incorporação contribui para que a Marinha amplie a capacidade de operações anfíbias, de comando e controle de grandes áreas oceânicas, de apoio à Defesa Civil e às tropas em regiões afastadas.Há planos de adquirir outros semelhantes ou mais capazes?
A Marinha enviou pessoal à Inglaterra para uma inspeção técnica no HMS Ocean, mas, no momento, não há decisão quanto à aquisição.Por que a prioridade da Marinha foi dada a submarinos?
A Política Nacional de Defesa estabelece que a postura estratégica de defesa brasileira deve ser dissuasória.
Por suas características, o submarino é o principal meio naval para essa negação do uso do mar, o que explica a prioridade ao Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear.Um objetivo do Prosuper (Programa de Obtenção de Meios de Superfície) era adquirir escoltas de cerca de 6.000 toneladas. Isso continua de pé?
Em relação aos navios de superfície, a prioridade atual é produzir corvetas da classe Tamandaré. Entretanto, o Prosuper continua sendo um objetivo da Marinha, que aguarda as condições orçamentárias se tornarem favoráveis para poder implementá-lo.
No portfólio estratégico, isso é parte da Construção do Núcleo do Poder Naval, a segunda prioridade da Marinha –sendo a primeira o Prosub.
Nesse contexto, está em execução um projeto para construir quatro navios-escolta, com significativo poder combatente e grande versatilidade.Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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