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    'Não se pode menosprezar fake news', diz Gilmar Mendes

    DE BRASÍLIA

    07/11/2017 21h45

    Luiz Chaves - 23.out.2017/Governo RS
    O ministro Gilmar Mendes, em encontro com o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), em 23/10
    O ministro Gilmar Mendes, em encontro com o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), em 23/10

    O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira (7) que não se pode menosprezar as notícias falsas que circulam na internet, conhecidas como "fake news".

    "Não dá para menosprezar. Temos a fake news simples, mas temos as manipulações muito elaboradas", afirmou a jornalistas após um evento.

    "Na França houve aquilo que chamaram de 'MacronLeaks', em que misturaram coisas verdadeiras com falsas, documentos que foram vazados e que afetavam de maneira significativa as eleições", disse, em referência à eleição do presidente Emmanuel Macron. Milhares de documentos de campanha de Macron foram vazados na internet na véspera do segundo turno da eleição presidencial contra a líder da extrema direita, Marine Le Pen.

    Segundo Gilmar, o TSE debate a formação de um comitê para combater de uma maneira rápida a proliferação de notícias falsas na internet.

    "Temos um problema sério de sites sediados no exterior e como criar responsabilidade, portanto, desses servidores. Você precisa quase de um direito transnacional para enfrentar tudo isso. A toda hora surge a história: sites sediados em países bastante distantes e produzindo notícias voltadas para o Brasil, com repercussão entre nós. Em suma, precisamos estar aparelhados para enfrentar."

    De acordo com o magistrado, não há risco de misturar combate de notícia falsa com censura à informação.

    "Já lidamos um pouco com esse tema, mesmo nas propagandas eleitorais, em que vêm representações aqui e muitas vezes, ouvindo as duas partes, suspendemos propagandas eleitorais e notícias abusivas. A ninguém ocorreu dizer que isso afetava a liberdade de expressão, porque há limites", afirmou.

    "Não se tolera o abuso, especialmente no campo eleitoral. Cada momento tem suas peculiaridades, mas ninguém está pensando em estabelecer censura. O que precisamos é ter provimentos céleres porque essas notícias se alastram com força. Não é nada diferente daquilo a gente já faz hoje, mas fazemos isso quase manualmente: ao recebermos as notícias, tomamos as providências e apontamos eventuais equívocos."

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