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    Tasso lança candidatura e reforça cobrança por ética no PSDB

    TALITA FERNANDES
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    08/11/2017 13h33

    Mateus Bonomi/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 24-10-2017, 17h: Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) durente sessão no plenário do Senado nesta terça-feira. (Foto: Mateus Bonomi/Folhapress, PODER)
    O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) no plenário

    O senador Tasso Jereissati (CE) oficializou na manhã desta quarta-feira (8) sua candidatura à presidência do PSDB prometendo criar um novo código de ética para o partido e a contratação de uma auditoria externa para fiscalização de seus integrantes.

    O anúncio ocorre em meio a uma divisão interna do partido, que também tem o governador de Goiás, Marconi Perillo, como postulante ao cargo. A convenção nacional da legenda está marcada para 9 de dezembro.

    Tasso adotou um discurso duro, criticando o momento político vivido pelo Brasil. "Nesses dois, três últimos anos, o que vimos foi imensa onda de escândalos de corrupção envolvendo políticos, empresários e todos os partidos", disse.

    A proposta de autocrítica é vista pela ala tucana ligada ao senador Aécio Neves (MG) como uma afronta direta ao mineiro. Licenciado da presidência do PSDB desde maio, ele é alvo de uma denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça.

    Aécio foi gravado em março pelo empresário e delator Joesley Batista a quem pediu R$ 2 milhões. Além dele, ministros, deputados e senadores do PSDB são alvo da Operação Lava Jato.

    Apesar do escândalo no partido, Tasso disse que é possível fazer política com "decência, ética honestidade e competência".

    Em breve citação, o tucano se referiu ao PT ao falar de siglas envolvidas em casos de corrupção. Disse ainda que o PSDB "foi um dos menos atingidos".

    Tasso negou a existência de um "racha" entre os tucanos, afirmando que as discussões internas mostram que a legenda está "viva". "Enganam-se os que acham que há disputa dentro do PSDB e que isso racha. Isso mostra que o partido está vivo. Estamos vivos, atentos e percebendo o que acontece nas ruas", declarou.

    Em uma tentativa de demonstração de apoio interno, Tasso reuniu no ato sete senadores e 14 deputados tucanos. Entre os presentes, estavam sete dos 12 deputados do PSDB de São Paulo –a maior parte deles próxima do governador paulista, Geraldo Alckmin, pré-candidato do partido à Presidência.

    A candidatura de Tasso foi formalizada um dia depois de ele e a bancada tucana do Senado terem participado de um encontro com Perillo.

    Apesar de disputarem o mesmo cargo, eles negam divergências e reafirmam que tentarão construir consenso em torno de uma única candidatura.

    O anúncio de Tasso gerou reações em alas do PSDB, que defendem que ele deixe a presidência interina do partido, que ocupa desde maio. O tucano, contudo, nega a possibilidade de sair.

    "Não cogito não e não depende de mim. Com uma canetada ele faz isso. Não precisa eu me afastar não. Eu estou aqui como presidente interino, a não ser que Aécio tome outra decisão, eu fico até o dia da convenção"

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