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    Peemedebistas de Minas pedem a Romero Jucá aliança com PT

    CAROLINA LINHARES
    DE BELO HORIZONTE

    09/11/2017 11h16 - Atualizado às 19h49

    Ananda Borges/Câmara dos deputado
    O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG),
    O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), que defende a coligação com o PT

    Em carta ao presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), deputados estaduais e federais de Minas Gerais pediram a garantia de poder se coligar com o PT na eleição de 2018.

    "Pedimos que haja, da parte da executiva nacional presidida por Vossa Excelência, manifestação expressa sobre a garantia de que o PMDB de Minas poderá fazer as coligações que julgar mais acertadas para o pleito de 2018", diz o texto com data de 27 de outubro.

    "E, no momento, aquela [coligação] que parece mais promissora é a que volta a colocar na mesa o nome do PT." Na carta, os deputados dizem que a aliança com os petistas em 2014 foi acertada, pois foi a que garantiu mais cadeiras ao PMDB, que hoje ocupa também quatro secretarias de Estado.

    A reaproximação entre PT e PMDB, separados no plano nacional desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), se ensaia também no Ceará, em Alagoas e outros Estados.

    Em passagem por Minas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi recebido por prefeitos e deputados peemedebistas e chegou a afirmar no palanque que estava "perdoando os golpistas."

    A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), respondeu em rede social defendendo que os petistas tenham coligações somente com partidos de esquerda e afirmou que "são falsas quaisquer notícias sobre negociações com partidos que apoiaram o golpe".

    Nesta sexta (10), quatro deputados federais do PMDB de Minas farão reunião com o governador Fernando Pimentel (PT) para confirmar a aliança com o petista, que concorre à reeleição.

    Jucá não deve estabelecer proibições a coligações de nenhum tipo, mas, caso uma candidatura peemedebista se viabilize em Minas, sua tendência é apoiá-la.

    A carta ao senador foi assinada por cinco dos seis deputados da bancada federal e pela maior parte da executiva estadual do PMDB-MG. O vice-presidente da Câmara, deputado federal Fábio Ramalho, e o presidente da Assembleia, deputado estadual Adalclever Lopes, endossam o documento.

    CANDIDATURA PRÓPRIA

    O presidente da executiva estadual, vice-governador Antônio Andrade, porém, está rompido com Pimentel e prega uma candidatura própria do PMDB em Minas. Nesta semana, Andrade também esteve em Brasília para falar com Jucá sobre o assunto.

    Cotado para ser candidato a governador, o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) também quer o fim da coligação com os petistas e não assinou a carta.

    Procurado pela Folha, Pacheco afirmou que a divergência interna do partido é natural e disse acreditar que Jucá irá preferir a candidatura própria.

    "Jucá deve aderir à tese da candidatura própria, que é o mais natural, o mais razoável e o melhor para o partido. O PMDB tem que ter a coragem de ter candidatura própria, além de ser a vontade da base, de prefeitos e vereadores", afirmou.

    Pacheco não respondeu se continua no PMDB caso a decisão final seja pela coligação com o PT. "Vamos deixar as coisas acontecerem."

    No documento, os deputados mencionam a possibilidade de que o partido proíba coligações com o PT em 2018 e diz que já há sinais de migração para outras siglas caso isso ocorra.

    "Alguma instabilidade está sendo gerada no partido em Minas com a insinuação de que será proibida por Brasília a coligação com o PT. [...] Esses movimentos e outros que o acompanham estão gerando apreensão do partido em Minas, já havendo sinais de migração de candidaturas para outros partidos, bem como desistências de candidaturas de grande e tradicional apelo."

    Os deputados criticam decisões de Andrade e Pacheco que dizem ter sido tomadas de forma unilateral, como a candidatura do deputado federal à Prefeitura de Belo Horizonte em 2016. Afirmam ainda que o vice-governador age como se o partido fosse sua "propriedade privada".

    Em nota à Folha, o vice-governador diz que defende o que é melhor para o partido e para os mineiros. "Hoje, diante das manifestações de vários delegados e da militância nos municípios, entendo que a melhor opção é termos candidatura própria no Estado e, para isso, tenho trabalhado sempre respeitando todas as posições dentro da legenda."

    Andrade afirmou ainda que "não é o momento" de antecipar uma decisão que será tomada no ano que vem, na convenção estadual do PMDB.

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