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    Trocar ministro que disputa eleição é bom, 'mas nem tanto', diz Moreira Franco

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    15/11/2017 14h03

    Bruno Kelly/Reuters
    Ministro Moreira Franco participa da 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás, promovido pela ANP, no Windsor Barra Hotel (RJ)
    O ministro Moreira Franco na 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás, da ANP

    Um dos principais aliados de Michel Temer, o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) afirmou que exonerar os ministros que disputarão as eleições de 2018 "é bom para o país, mas nem tanto para o governo" e que o presidente ainda está avaliando os critérios que utilizará em sua reforma ministerial.

    "As pessoas mais responsáveis vão entender que [a linha de corte eleitoral para a reforma] é boa para o país, mas nem tanto para o governo", disse Moreira nesta quarta-feira (15) à Folha.

    Pelo menos cinco partidos da base aliada a Temer —PP, PSD, PR, DEM e PRB— rejeitaram a decisão de trocar os ministros que decidiram ser candidatos no ano que vem.

    Após a reação negativa, o presidente passou a considerar novos cenários para fazer em duas etapas as mudanças que serão determinantes na fase final de seu governo.

    Em conversas com aliados nesta terça (14) e quarta-feira, Temer afirmou que vai ouvir presidentes e líderes das siglas da base e admitiu que é impossível adotar uma regra única para fazer uma reforma tão ampla, na qual quase 20 ministros devem ser substituídos.

    O principal critério, defendido por Moreira e Eliseu Padilha (Casa Civil), continua sendo o eleitoral, mas pode ser adotado com ressalvas nos casos de ministros que ainda não definiram possíveis candidaturas. Henrique Meirelles (Fazenda), Gilberto Kassab (Comunicações) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), por exemplo, poderiam ficar em seus postos até março, quando a legislação eleitoral exige que os futuros candidatos deixem seus cargos.

    Outro requisito para dilatar o prazo da troca ministerial seria a finalização de projetos importantes das pastas, permitindo que os titulares faturem os benefícios de medidas implementadas com a máquina federal, com impacto nas suas bases eleitorais.

    Por fim, assessores de Temer dizem que a aprovação da nova Previdência —principal moeda de troca para dar aos partidos mais espaço no governo— pode também ser um dos critérios. Nesse caso, o presidente desenharia as mudanças na Esplanada, prometeria os cargos, mas só os entregaria efetivamente depois da votação das novas regras para a aposentadoria.

    A avaliação de auxiliares do Planalto, porém, é que esse cenário é pouco provável, visto que será difícil garantir o compromisso dos parlamentares sem uma contrapartida concreta. Para aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa do apoio de 308 dos 513 deputados.

    O ideal para Temer era realizar a reforma completa apenas em março, mas o pedido de demissão do tucano Bruno Araújo do Ministério das Cidades precipitou o movimento. A pasta é alvo de cobiça do PP, que quer aumentar seu espaço no primeiro escalão —hoje de dois ministérios—, e também do PMDB, partido do presidente, que tem seis pastas na Esplanada.

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