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    Após vazamento, Temer adia troca de articulador político do governo

    BRUNO BOGHOSSIAN
    GUSTAVO URIBE
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    22/11/2017 18h27

    Pedro Ladeira - 11.abr.2017/Folhapress
    Carlos Marun (PMDB-MS)durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília
    Carlos Marun (PMDB-MS) durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília

    O presidente Michel Temer decidiu adiar a troca do articulador político de seu governo depois do vazamento da informação de que ele havia escolhido o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para o posto.

    A mudança havia sido confirmada em caráter reservado por integrantes do Palácio do Planalto no início da tarde desta quarta-feira (22), antes que o presidente tivesse discutido a substituição com o atual ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy.

    A conta oficial do Planalto no Twitter chegou a informar que Marun assumiria o cargo na mesma cerimônia de posse do novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy.

    Temer se irritou com o vazamento, que ocorreu horas depois de ele pedir ajuda a Imbassahy e ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) para conquistar votos entre os tucanos na aprovação da reforma da Previdência.

    Auxiliares do presidente chegaram a afirmar que Marun tomaria posse nesta quarta, junto com o novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy. Tanto Imbassahy como Marun participaram da solenidade —ambos na plateia.

    Carlos Marun diz que não foi convidado

    O deputado do PMDB disse que "ainda" não foi convidado "oficialmente" por Temer para a função.

    "Não fui convidado oficialmente. Vou acompanhar e continuo desempenhando minhas funções de deputado federal. Se vier a ser convidado, estou à disposição do presidente", afirmou.

    Por ordem de Temer, o Planalto emitiu uma nota em que reiterava a permanência de Imbassahy no cargo. O presidente temia que o anúncio precipitado da saída do tucano provocasse uma reação que minasse o apoio do PSDB à reforma da Previdência.

    Aliados de Imbassahy no PSDB reagiram mal ao vazamento da troca, uma vez que Temer ainda não havia definido um novo posto para ele no governo. O tucano chegou a recusar sua migração para a Secretaria de Direitos Humanos.

    Indicado pela bancada do PMDB na Câmara, Marun ainda é o favorito do Planalto para o cargo. Ele foi o principal líder da tropa de choque do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no processo que levou à cassação e à prisão do parlamentar fluminense.

    O nome de Marun enfrentava resistência de alguns partidos, como o PR e o PSD, que chegaram a sugerir nos bastidores a manutenção de Imbassahy no posto. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendia a permanência do ministro tucano.

    A maioria dos partidos da base aliada, entretanto, cobrava a saída do tucano do posto desde que o PSDB começou a se afastar do governo.

    Temer chegou a admitir a manutenção de Imbassahy, mas aceitou o nome de Marun em um esforço para destravar a votação da reforma da Previdência.

    CONFUSÃO

    Depois que o Planalto afirmou que Imbassahy permanecia no cargo, a conta oficial do governo nas redes sociais cometeu uma gafe.

    A mensagem que anunciava a posse de Baldy no Ministério das Cidades incluiu também a nomeação de Marun para a Secretaria de Governo. A mensagem ficou alguns minutos no ar e foi apagada.

    Procurada pela Folha, a Secretaria de Imprensa não se pronunciou sobre a gafe.

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