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    Com aval de Doria, Câmara de SP deve rejeitar nome de Marisa Letícia em rua

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    22/11/2017 19h51 - Atualizado às 22h45

    Leonardo Benassatto/Futura Press/Folhapress
    A ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro deste ano
    A ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro deste ano

    Com endosso do prefeito João Doria (PSDB), a Câmara Municipal de São Paulo deve rejeitar, até a próxima semana, projeto que batiza com o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, mulher de Lula, uma rua na Chácara Santo Antônio, na zona sul da cidade. A base de apoio de Doria decidiu, nesta quarta (22), fechar questão pela derrubada da proposta, que é encampada pela bancada do PT.

    O prefeito nega que tenha pedido que os vereadores rejeitem a proposta do PT e diz que desconhece a existência desse projeto. O tucano nega ainda que tenha discutido o teor do projeto em mensagens com vereadores –uma delas foi exibida à reportagem.

    O projeto, de autoria original do vereador Reis, prevê a denominação dona Marisa Letícia para o prolongamento da avenida Chucri Zaidan até rua Laguna. A proposta foi aprovada em primeiro turno. Mas, como o prefeito rejeita a ideia, sua votação em segundo turno foi derrubada pelo vice-presidente da Câmara, o tucano Eduardo Tuma.

    Em consonância com Doria, Tuma trabalhou pela derrubada da sessão no dia 9. Desde então, a pauta está trancada. "Como é um projeto polêmico e tem rejeição de parte da casa, decidi derrubar a sessão para que não houvesse continuidade da votação. Fiz isso para evitar o constrangimento do prefeito em vetar", justificou Tuma.

    O próprio presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), atua para inviabilizar a denominação da rua como Dona Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017. O PT apresentou seu projeto naquele mesmo mês.

    Oito meses depois, em outubro, Milton Leite propôs que a rua leve o nome do arquiteto Carlos Bratke, o que também não ocorrerá.

    Nesta quarta, Milton Leite procurou Reis para que o PT retirasse o projeto. Em troca, seria apresentada nova proposta, registrando uma praça em M' Boi Mirim, no extremo sul, com o nome de dona Marisa.

    Reis recusou o acordo, alegando já ter informado Lula sobre o projeto, que carrega a assinatura de toda a bancada petista. Como a votação está travada desde o dia 9, Reis afirma que obstruirá as sessões, discutindo cada um dos 80 projetos em pauta, caso a Câmara não leve o seu à votação.

    "Estarei em obstrução até o resto do meu mandato", diz o petista.

    Em resposta, os aliados de Doria se organizam para derrotá-lo até a próxima semana.
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