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    TCU rejeita convite de Temer para jantar de Natal

    FÁBIO FRABINI
    DE BRASÍLIA
    DE SÃO PAULO

    25/11/2017 02h00

    Alan Marques - 9.jun.2010/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 09-06-2010, 11h20: Ministro do Tribunalk de Contas da União, Raimundo Carreiro durante a sessão para analisar as contas de 2009 do governo Lula, em Brasília (DF). (Foto: Alan Marques/Folhapress, PODER)
    O presidente do TCU, Raimundo Carreiro

    Aberta a temporada de festas de fim de ano, o presidente Michel Temer chamou autoridades do TCU (Tribunal de Contas da União) para um jantar natalino. O que seria, em outro contexto, uma deferência do chefe da nação acabou em constrangimento.

    Ministros da corte rejeitaram o convite alegando desconforto em celebrar com um mandatário investigado e em situação de crise política.

    O convite foi feito ao presidente do tribunal, Raimundo Carreiro. Temer disse que estava devendo um encontro aos integrantes da corte que fiscaliza as contas públicas e pediu que o ministro levasse aos colegas o convite.

    Na última quarta (22), Carreiro apresentou a proposta aos colegas durante sessão reservada. O plenário, que raramente diverge, rachou. Três ministros pediram a palavra para manifestar contrariedade. Outros quatro, incluindo Carreiro, não viram problema em jantar com o presidente. Dois se abstiveram de opinar.

    Um dos presentes disse considerar inapropriado comemorar com Temer por causa das acusações de desvio de recursos que pesam contra ele. Afinal, o tribunal também investiga esse tipo de delito. Outro apontou não ver problema numa relação institucional entre o TCU e o Planalto, mas ponderou que, com a aguda crise no país, não há clima para um evento festivo.

    A Folha confirmou os relatos com quatro dos presentes à sessão, que pediram para não ser identificados. Por fim, diante da controvérsia, o TCU não aprovou a proposta. Como se tratava de um convite ao tribunal, caiu porque não houve unanimidade, explicou um dos ministros.

    Houve quem defendesse a presença no jantar, como Augusto Nardes, em nome do bom relacionamento entre as instituições. Também favorável, Carreiro disse à Folha que não foi, propriamente, uma rejeição. "Alguns tinham compromissos inadiáveis. Vamos acertar outra data."

    Temer tem cortejado o TCU por causa da necessidade de aval à capitalização da Caixa.

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