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    Ninguém vai votar em partido em 2018, diz Alckmin

    JOELMIR TAVARES
    RENAN MARRA
    THAIZA PAULUZE
    DE SÃO PAULO

    27/11/2017 16h30

    Marcelo Chello/CJpress/Folhapress
    Governador Geraldo Alckmin (PSDB) participa do evento Amarelas ao Vivo, promovido pela revista "Veja", em São Paulo, nesta segunda
    Governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) em evento promovido pela revista "Veja", em São Paulo

    Pré-candidato à Presidência da República, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta segunda-feira (27) que os partidos serão coadjuvantes na eleição de 2018.

    "Ninguém vai votar em partido. Os partidos estão fragilizados, desgastados. [Os eleitores] vão votar nas pessoas", disse o tucano ao participar de seminário promovido pela revista "Veja".

    A afirmação foi feita após uma pergunta sobre os arranhões na imagem de seu partido, o PSDB, que Alckmin poderá presidir a partir de dezembro.

    Como a Folha publicou, o senador Tasso Jereissati (CE) abriu mão da candidatura para a direção da legenda em nome do governador de São Paulo

    O governador paulista, entretanto, foi pouco explícito sobre a possibilidade durante o evento e disse que o assunto está sendo discutido internamente. "Pode [ser meu nome ou] pode ser outro também."

    Para Alckmin, a crise de representatividade nas democracias é geral e se repete em outros países. Ele acredita, no entanto, que há "gente boa" em muitos partidos.

    "Decidido quem for o candidato [do PSDB], tem que fazer alianças e um movimento em torno de uma proposta, [...] um movimento para o Brasil crescer."

    O tucano seguiu: "Não há modelo político pior do que o do Brasil. Falido, falido. Isso é um fato".

    Alckmin também foi questionado sobre o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para abrir inquérito contra ele, com base na delação da Odebrecht. O governador é acusado de receber, por meio de um cunhado, recursos de caixa dois nas eleições de 2010 e 2014.

    "Minhas campanhas sempre foram baratas, econômicas e rigorosamente dentro da lei", disse ele, defendendo a "transparência total".

    "Eu tenho consciência absolutamente tranquila."

    DORIA

    Alckmin disse que apoiaria o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se ele fosse escolhido pelo partido para disputar a Presidência.

    Antes, no mesmo evento promovido pela revista, o afilhado político do governador desconversou sobre a eleição do ano que vem e disse querer evitar um embate com Alckmin.

    "Nunca me apresentei como pré-candidato a presidente da República", afirmou Doria. Ele defendeu que se apresente uma candidatura de centro —nas palavras dele, necessária para o país.

    "Não quero desrespeitar nenhum candidato nem à esquerda nem à direita, mas o Brasil precisa ir para a frente", afirmou, clamando por um projeto liberal, que busque um Estado mais eficiente e esteja disposto a fazer privatizações.

    "Eu estarei apoiando essa corrente, e para isso eu não preciso nem me autocandidatar nem me autovalorizar nem me colocar dentro desse contexto."

    Doria reiterou sua "estima e profunda admiração" por Alckmin, "um homem, probo, decente, correto". "Não há a menor hipótese de me contrapor ou estabelecer qualquer linha de fissura ou distanciamento com o governador de São Paulo."

    O prefeito, nos últimos dias, recuou do projeto presidencial e passou a admitir que pode disputar o governo do Estado no ano que vem.

    Durante sua participação no seminário, porém, Alckmin afirmou que Doria "ainda não disse que não pretende" concorrer ao Planalto.

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