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    'O PSDB não está mais na base do governo', afirma ministro Padilha

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    29/11/2017 12h22 - Atualizado às 15h19

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 21-11-2017, 12h00: O presidente Michel Temer, ao lado dos ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e o presidente do TST, ministro Ives Gandra, participa de cerimônia de lançamento da Plataforma Digital do Programa Emprega Brasil, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (à esq.), ao lado do presidente Michel Temer

    O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quarta-feira (29) que o PSDB não faz mais parte da base de apoio do governo Michel Temer.

    Em evento no Palácio do Planalto, o peemedebista lembrou que o comando nacional do partido já anunciou sua disposição em desembarcar do campo governista.

    "O PSDB não está mais na base de sustentação do governo federal. O PSDB já disse que vai sair. Nós vamos fazer de tudo para manter a nossa base de governo e um projeto único de poder para 2018", disse.

    Ele ressaltou, contudo, que mesmo que a sigla abra a mão dos cargos na Esplanada dos Ministérios, o presidente poderá manter quadros da legenda como nomes de sua cota pessoal.

    "Uma coisa é um ministro que está no governo representando um partido. Outra coisa é o presidente manter alguém como representante de sua cota pessoal", disse.

    A tendência é que o único ministro da legenda que permaneça no cargo seja Aloysio Nunes Ferreira, de Relações Exteriores.

    O discurso do ministro faz parte de estratégia do presidente de se antecipar ao movimento do PSDB, que deve deixar o governo federal na próxima semana, antes mesmo da convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 09.

    Segundo relatos, o peemedebista se irritou com declaração do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, feita na terça-feira (28), de que o PSDB deixará a Esplanada dos Ministérios caso ele assuma a direção nacional do partido.

    Ao se antecipar à saída, considerada inevitável, o presidente decidiu fazer um aceno aos partidos do centrão, que devem ocupar os cargos dos tucanos em uma tentativa de reduzir a resistência deles à votação da reforma previdenciária.

    Nas palavras de um assessor presidencial, o presidente decidiu antecipar a "virada de página" para prestigiar a "verdadeira base governista".

    ALIANÇA

    Na entrevista à imprensa, Padilha ressaltou que, mesmo com o desembarque do PSDB, o Palácio do Planalto espera que o partido vote favoravelmente à reforma previdenciária.

    "Por tudo que sei da posição histórica do PSDB, a reforma previdenciária se encaixa plenamente [à ideologia do partido]. Inclusive a proposta original enviada pelo governo federal", disse.

    Para 2018, o ministro não excluiu um eventual acordo entre PSDB e PMDB, mas ressaltou que o partido só estará alinhado na eleição presidencial com quem defenda o legado de Michel Temer.

    "Não estamos excluindo ninguém, mas estamos colocando uma condição", disse. "Se o candidato do PSDB disser que defende o legado do presidente, há a possibilidade de uma aliança", acrescentou.

    Segundo ele, a ideia é que seja lançado um candidato que represente a atual base aliada ao governo federal. Nos bastidores, tem ganhado força o nome do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) como uma opção governista.

    Perguntado, Padilha disse ainda que o Temer "não tem nenhuma pretensão de disputar a eleição do ano que vem".

    GEDDEL

    Na entrevista à imprensa, o peemedebista minimizou a possibilidade de o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Viera Lima, preso na Operação Lava Jato, fazer um acordo de delação premiada.

    "Não vejo da parte dele nenhum indicador de fazer uma delação premiada. E o presidente diz que está tranquilo em relação a qualquer delação que venha a ter", disse.

    O ministro disse ainda que o presidente poderá apoiar um projeto de emenda constitucional que estabeleça o semipresidencialismo no país.

    Nos últimos dias, tem circulado no Congresso Nacional a minuta de uma proposta para implementar novo sistema de governo.

    "Ele é defensor [da proposta] e vê com bons olhos. O governo poderá apoiar dependendo de qual for o teor [da minuta]", disse.

    Editoria de Arte/Folhapress
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