• Poder

    Monday, 06-May-2024 03:27:05 -03

    Declaração de Meirelles veio em momento inadequado, diz Maia

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    05/12/2017 02h00

    Sérgio Lima/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 26-10-2017, 14h30: Retrato: Presidente da Câmara do Deputados, deputado Rodrigo Maia, durante entrevista exclusiva à Folha. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVA***ESPECIAL*** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira (4) o tom da entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à Folha. Maia afirmou que há no país um debate que pretende juntar questões eleitorais com a aprovação da reforma da Previdência.

    Na entrevista, Meirelles disse que o governo terá candidato no ano que vem e ele não será o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Sobre o apoio ou não dos tucanos na votação da Previdência, Meirelles afirmou que não teria a "pretensão de entender o PSDB".

    Nesta segunda, o presidente da Câmara disse que Meirelles faz trabalho exemplar à frente do ministério, mas que não deveria entrar na discussão eleitoral e política.

    "A entrevista foi num momento inadequado. Para alguém que não é ator político natural, [a forma com que ele se posicionou] atrapalha", disse. Segundo Maia, a "responsabilidade fiscal precisa estar separada da ideologia". "Sem reforma [da Previdência], qualquer candidato que prometer algo na eleição estará mentindo".

    Mais cedo, em agenda em São Paulo, Maia disse que seria um "sonho" disputar a Presidência do país, conforme citado na entrevista por Meirelles e por interlocutores do presidente Michel Temer, que afirmam que o presidente tem simpatia por uma chapa Meirelles-Maia como opção governista no ano que vem.

    Maia afirmou que, apesar de querer disputar um cargo no Executivo no futuro, agora não seria o momento ideal. Ele reconheceu ter baixa votação no Estado e disse que tentará uma nova vaga na Câmara em 2018.

    REAÇÃO

    A entrevista de Henrique Meirelles também não foi bem recebida por parte dos economistas.

    A percepção é que a candidatura precoce, em pleno exercício do cargo de ministro, tende a ter efeito inverso do desejado neste momento: angariar um número maior de opositores à agenda de reformas.

    "A prioridade do governo deveria ser garantir trânsito entre diferentes legendas para defender mudanças na Previdência, o que fica em xeque quando o ministro da Fazenda em pessoa se lança como candidato à eleição", avalia Marcos Lisboa, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e colunista da Folha.

    Segundo Lisboa, o país precisa agora da boa política, capaz de construir saídas para o país, não de candidaturas precipitadas.

    "A gravidade do momento requer que as agendas pessoais sejam postas de lado. Há muito em risco e o prejuízo será de todos", diz Lisboa.

    Colaborou ALEXA SALOMÃO, de São Paulo

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024