• Poder

    Sunday, 28-Apr-2024 03:34:41 -03

    Lava Jato

    Lava Jato devolve R$ 654 milhões de uma vez à Petrobras

    ANA LUIZA ALBUQUERQUE
    DE CURITIBA

    07/12/2017 11h35 - Atualizado às 12h34

    O Ministério Público Federal realizou nesta quinta-feira (7) uma cerimônia de devolução de R$ 653,9 milhões para a Petrobras.

    Segundo a Procuradoria, esta é a maior quantia já recuperada em uma investigação criminal.

    A devolução foi possível por meio de acordos de colaboração e leniência da Lava Jato, como os firmados com a Odebrecht e Andrade Gutierrez.

    A Procuradoria utiliza a recuperação dos valores como um argumento a favor dos acordos, criticados por parte dos profissionais do Direito e da sociedade civil.

    Essa é a décima devolução de recursos desde maio de 2015, quando houve a primeira. Com o repasse, o total de recursos transferidos desde o início da operação chega a cerca de R$ 1,475 bilhão.

    De acordo com o MPF, esse valor representa apenas 13% dos R$ 10,8 bilhões previstos nos 163 acordos de colaboração e nos dez de leniência firmados.

    Participaram do evento o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o procurador Deltan Dallagnol, além de representantes da Justiça, da Polícia Federal e da Receita.

    "Não tenho dúvida de que os corruptos não representam a Petrobras", afirma Dallagnol, chefe da força-tarefa.

    "É preciso que o Congresso e o Judiciário preservem o bom funcionamento desses institutos [acordos de colaboração premiada e de leniência]", diz.

    Parente afirma que a Petrobras é "a principal vítima do que foi um gigantesco esquema de desvio de recursos públicos".

    Questionado sobre sua indicação à estatal ter partido do PMDB, implicado no escândalo, Parente diz que o apoio dado por Michel Temer à Petrobras foi o maior entre os presidentes.

    "Estou absolutamente confortável [no cargo]. A autonomia que Temer deu ao presidente é uma autonomia que nenhum outro presidente deu nas últimas décadas. Não discuto com o presidente outros assuntos que não tenham a ver com a Petrobras."

    Com os recursos, Parente afirma que a estatal levará treinamento em compliance para parceiros no terceiro setor. Segundo ele, o programa Petrobras Socioambiental também poderá ter o orçamento elevado.

    Os valores devem ser utilizados em outros projetos da estatal, como a adequação da plataforma de Mexilhão, na bacia de Santos (SP).

    A estrutura passa por obras para elevar a capacidade de escoamento de gás do pré-sal. A Petrobras estima que o projeto viabilizará um pagamento de R$ 600 milhões em royalties até 2023.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024