O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, criticou a presença do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em evento da Petrobras nesta sexta (8). Segundo ele, o fato comprovaria a parcialidade de Moro com relação ao julgamento de processos contra o ex-presidente.

"Não é aceitável que um juiz visite uma das partes de um processo. O juiz tem que manter distância em relação às partes", afirmou, alegando que a estatal pediu para ser parte em processos ainda não julgados, como os que envolvem o apartamento no Guarujá e o sítio em Atibaia.

Ao lado do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, Moro participou de evento sobre governança promovido pela Petrobras. Os dois discursaram e depois participaram de uma mesa redonda, respondendo a perguntas de empregados da estatal.

Em sua fala, Moro fez sugestões à estatal para evitar a corrupção, como instituir premiação para empregados que fizerem denúncias e acompanhar a evolução patrimonial de seus executivos. Zanin classificou as sugestões como "aconselhamento" com relação a questões que fazem parte dos processos em julgamento.

"Esse fato de hoje, por si só, é suficiente para justificar uma situação de suspeição", afirmou. "Vamos fazer uma análise e penso que é o caso de uma nova providência."

A defesa de Lula já pediu a suspeição de Moro, alegando "linguagem de certeza de condenação" e "tratamento indevido ao acusado", mas o pedido foi negado pelo próprio juiz e pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal).

Em despacho do dia 7 de novembro, Moro disse que questionamentos sobre sua parcialidade são "lamentáveis" e "constituem mero diversionismo".