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    Destruição do PSDB é consequência política do 'golpe', diz Dilma

    CAROLINA LINHARES
    DE BELO HORIZONTE

    11/12/2017 20h15

    A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta segunda (11), durante discurso em Belo Horizonte, que "a destruição do PSDB e o surgimento da extrema direita foram consequências políticas do impeachment, que chamou de golpe.

    "Qual não foi a surpresa deles quando as consequências políticas do golpe não foram as esperadas? O que acontece diante do golpe? Acontece politicamente a destruição do PSDB", disse em meio a aplausos da plateia.

    "Acontece também o surgimento da extrema direita. Esses dois fenômenos são inesperados. Estava previsto no cardápio a destruição do PT e do presidente Lula", concluiu.

    Grupos discutem em Belo Horizonte

    Dilma falou em reunião da comissão extraordinária de mulheres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Do lado de fora, membros de movimentos de esquerda e de direita se enfrentavam no grito.

    O grupo Patriotas, que apoia o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), e o MBL estavam presentes.

    Sempre falando sobre os articuladores do impeachment, Dilma disse que eles subestimaram a instabilidade que se seguiria ao impeachment.

    "Subestimaram a crise política que eles mesmos tinham gerado. Subestimaram o conflito entre Poderes. Subestimaram todas as consequências que um golpe produz sobre o resto das instituições. Se é possível tirar uma presidente da República, tudo é possível", afirmou.

    Segundo a ex-presidente, o impeachment acertou além do que mirou e foi preciso "tentar dar um jeitinho". "Às vezes as malas impedem o jeitinho, ele dá errado", disse referindo-se a acusação de corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB).

    A ex-presidente criticou diversas vezes a ação da Polícia Federal na Universidade Federal de Minas Gerais na última semana.

    "Abriram a caixa-preta e soltaram os monstros da intolerância, da escola sem partido, da invasão da UFMG", disse.

    ELEIÇÃO

    "Não vão conseguir aprovar tudo que querem até 2018", disse Dilma, emendando que os articuladores do impeachment miram a eleição do próximo ano para continuar as reformas.

    A respeito da eleição, que Dilma chama de terceiro ato do golpe, afirmou que "tinha uma pedra no meio do caminho, ela se chama Lula.

    A petista voltou a dizer que a condenação do ex-presidente Lula na Lava Jato, que se confirmada em segunda instância pode tirá-lo da eleição, é uma perseguição política.

    "Quem quer um plano B é quem não tem candidato e não tem coragem de concorrer com ele. Quem tem medo do plano A é que quer plano B."

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