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    Temer deve deixar hospital nesta sexta e vai usar sonda por até três semanas

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE SÃO PAULO
    GUSTAVO URIBE
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    14/12/2017 19h10

    O presidente Michel Temer colocou uma sonda para ajudá-lo a urinar, que deverá ser utilizada nas próximas duas ou três semanas.

    Ele deverá ter alta nesta sexta-feira (15), antes do horário do almoço, e poderá cumprir um "agenda normal" após dois dias de internação no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, que o atendeu.

    A cirurgia para desobstrução da uretra pela qual Temer passou na última quarta-feira (13) pode atrapalhar uma viagem para a Ásia, prevista para janeiro.

    Isso se o presidente seguir a recomendação médica para "adiar um pouquinho" o giro asiático, já que um voo tão longo pode ser desconfortável para pacientes em sua condição, disse Kalil em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (14).

    A cirurgia foi realizada com a aplicação de anestesia geral. Os médicos testarão duas possibilidades de sonda: uma com uma bolsa coletora acoplada à sua perna, para a urina fluir livremente e, "caso ele não se acostume", uma sonda que pode ser destampada quando o peemedebista sentir vontade de ir ao banheiro, opção "um pouco mais cômoda", afirmou o urologista Miguel Srougi.

    Há cerca de 15 dias, Temer "notou que o jato urinário começou a se enfraquecer, ele começou a ter dificuldade pra urinar", disse o especialista.

    O procedimento para contornar o problema foi considerado bem sucedido, mas "há sempre o risco" de voltar, de acordo com Srougi.

    Temer é um homem "extremamente saudável", segundo Kalil. Aos 77 anos, o mais velho presidente da história do Brasil sofreu três intervenções médicas nos últimos meses, para conter um sangramento na próstata, pôr um stent e, agora, desobstruir a uretra.

    Nesta quinta-feira, Temer recebeu a visita do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.

    "Ele está com a cara ótima, tranquilo. Achei ele muito bem", disse Skaf, pré-candidato ao governo paulista pelo PMDB. "Falamos sobre a importância de se aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, e senti ele muito animado", declarou.

    Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress
    Sonda Temer

    REFORMA DA PREVIDÊNCIA

    O vaivém hospitalar fez o presidente suspender a reunião que faria nesta quinta-feira (14) para definir a data da votação da reforma previdenciária.

    Com a permanência em São Paulo, Temer pretende realizar a reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na sexta-feira (15) ou na segunda-feira (18).

    Ela vai depender, contudo, da mudança da agenda de Eunício, que deve retornar nesta quinta-feira para o Ceará e programava viagem ao exterior em seguida.

    A ideia ainda é que após o encontro, o peemedebista faça um pronunciamento no Palácio do Planalto para anunciar o adiamento da votação para fevereiro, estabelecendo uma data no ano que vem.

    Para afinar o discurso e fechar a data, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) reuniu-se na manhã desta quinta-feira (14) com Maia e com o relator da reforma, Arthur Maia (PPS-BA).

    NOVO MINISTRO

    A posse do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), que também seria realizada nesta quinta, deve ser feita na sexta, no Palácio do Planalto.

    Em nota, a unidade médica havia informado que a recuperação do presidente seria de até 48 horas, já que ele carrega uma sonda urinária.

    Mesmo com o prazo estabelecido, o peemedebista divulgou aviso na qual informou que voltaria nesta quinta-feira para Brasília.

    Na quarta-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que a reforma será adiada para fevereiro. A declaração, no entanto, atropelou o presidente, que pretendia fazê-la em pronunciamento.

    Na noite anterior, ele havia comunicado a Eunício e a Jucá que a votação ficará apenas para o ano que vem por falta de votos.

    O Palácio do Planalto contabiliza 285 votos, sendo que o mínimo necessário é de 308 votos em dois turnos, por tratar-se de PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

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