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    Em tom eleitoral, Meirelles dirá na TV que brasileiro não quer mais 'aventuras'

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    20/12/2017 17h17

    José Cruz - 6.nov.2017/Agência Brasil
    Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
    Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que vai ser protagonista no programa do PSD

    Com discurso de candidato, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) será o protagonista da propaganda do PSD que será exibida nesta quinta-feira (21) e dirá que "o brasileiro não quer mais saber de aventuras".

    Meirelles usa o espaço para tentar se consolidar como um potencial candidato a presidente em uma fatia do eleitorado considerada de "centro".

    Ele pede o "reencontro dos milhões de brasileiros que são maioria e que não estão nos extremos do ponto de vista político e ideológico", em uma alusão indireta aos líderes das pesquisas da corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC).

    "Estamos no rumo certo e não podemos dar nenhum passo atrás. Temos que ficar atentos: populismo e oportunistas fazem mal ao país. O Brasil exige competência, responsabilidade e ética", diz, no programa.

    Meirelles defende a política econômica e o governo Michel Temer, afirmando que a gestão do presidente tem "coragem de fazer reformas fundamentais para a retomada do crescimento econômico". Ele reconhece, porém, que ainda não é possível perceber todas as dimensões da recuperação do país.

    CRÍTICAS

    "Dizer que as coisas estão ótimas é faltar com respeito àqueles que estão sem emprego e vivem dificuldades", afirma. "O governo anterior quebrou o Brasil. O brasileiro não quer mais saber de aventuras."

    Meirelles ocupa quase oito dos 10 minutos do programa de seu partido. O ministro usa parte do tempo para se apresentar e tentar aproximar o eleitorado de seu trabalho como gestor da economia.

    "Meu nome é Henrique Meirelles e, no meio dessa briga política que vivemos, eu quero pedir licença para falar de um assunto que interessa a todos nós: o futuro da nossa economia", diz, logo na abertura do vídeo.

    Em uma breve biografia, um narrador afirma que o ministro estudou em escola pública –fato que ele mesmo repete minutos depois– e diz que "graças a sua competência, foi subindo até se tornar primeiro brasileiro presidente mundial de um banco americano".

    O vídeo lembra ainda que Meirelles foi presidente do Banco Central e comandou uma "virada na economia", sem citar o fato de que ele ocupou esse cargo durante o governo Lula.

    Em seguida, Meirelles explica seu trabalho no governo. "Durmo pouco e trabalho muito, gosto de trabalhar. O trabalho do ministro da Fazenda é fazer a economia melhorar e o país crescer."

    RENDA E SEGURANÇA

    Meirelles ensaia um discurso mais popular sobre a recuperação da economia, com foco na queda dos preços dos alimentos. "Aos poucos, o brasileiro vai sentir no bolso, no emprego, na comida mais barata e nas compras de Natal que estamos no caminho certo", afirma.

    O ministro também tenta ligar diretamente as medidas de ajuste fiscal à necessidade de investimentos do governo em saúde, educação e, principalmente, segurança.

    "Sem arrumar a economia não se arruma a saúde nem a educação, muito menos a segurança. Por isso, é importante o governo gastar melhor, para investir em mais polícia e mais equipamentos", diz.

    PRÉ-CANDIDATO

    Meirelles começou a construir nos últimos meses as bases para uma possível pré-candidatura à Presidência da República em 2018. Ele decidirá em março se deixa o Ministério da Fazenda para disputar as eleições.

    O ministro quer ser o candidato do atual governo na corrida presidencial, em defesa do legado dos ajustes econômicos feitos durante a gestão Temer.

    Nesse processo, ele trabalha para isolar o tucano Geraldo Alckmin, que também busca uma aliança com alguns partidos da base governista.

    "O PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral", disse Meirelles em entrevista à Folha no início de dezembro.

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