Ônibus movidos a gás, considerados menos poluentes, já passaram por testes na rede de transporte coletivo da capital. E não foram adiante. Mas, renovados e apoiados por uma nova lei, eles podem ressurgir.
A estratégia segue dois itinerários. De um lado, fabricantes desenvolveram motores a gás mais eficientes e silenciosos. De outro, um projeto de lei que inclui o gás entre os combustíveis a serem adotados para substituir o diesel dos ônibus tramita na Câmara Municipal.
Aprovado em comissões internas, o texto foi debatido na Casa no mês passado. O próximo passo é submetê-lo à votação dos vereadores. Por enquanto, não há data prevista para a análise no plenário.
Se tiver a bênção na Câmara, o projeto seguirá para o prefeito Fernando Haddad (PT), que pode vetá-lo ou sancioná-lo.
"A cidade precisa apostar num cardápio de combustíveis, como gás, energia elétrica e biodiesel", afirma o vereador Gilberto Natalini (PV), autor da ideia.
Com o plano, o vereador espera colocar em prática o item da Lei Municipal de Mudanças Climáticas, de 2009, que estabelece que todos os coletivos da cidade passem a usar apenas combustíveis não fósseis. A mudança deve ser feita até 2018.
A dois anos da meta, entretanto, a cidade segue com 95% dos seus 14.713 ônibus movidos a diesel.
A lei atual não determina punição caso a meta seja ignorada. O projeto do vereador determina cinco anos para a troca, além de multa para viações que desrespeitem a regra.
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TECNOLOGIA
Novos modelos de ônibus saem de fábrica preparados para funcionar com gás natural ou biometano, recolhido em aterros sanitários. O modelo da Scania, que usa motor importado, custa 25% a mais do que um ônibus a diesel. "É possível compensar o custo extra em dois anos e meio de uso, pois o gás custa menos", diz Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania
"O desempenho do veículo a gás é similar ao do diesel", explica Décio Del Debbio, engenheiro e consultor de fabricação de ônibus.
Veículos a gás foram testados em São Paulo na década passada, mas esbarraram na dificuldade de abastecimento. "Isso mudou. Hoje temos rede de gás passando em frente de 95% das garagens de ônibus de São Paulo", diz Ricardo Vallejo, gerente de marketing da Comgás.
A SPTrans, que gerencia a rede de ônibus da cidade, informou que não comenta projetos de lei. Hoje, a prefeitura diz trabalhar na criação de um cronograma para substituir os veículos a diesel, as não detalha os prazos do plano.
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