O cenário é minimalista: um banco de madeira ao centro e uma parede de tijolinhos ao fundo. Atrás de uma câmera, focada nesse set, Elisa Goodkind e Lily Mandelbaum convocam famosos e anônimos estilosos para contar suas histórias mais íntimas. Durante a conversa, eles são dirigidos a se despir devagar. Quando estão só de cueca ou calcinha, ouvem a pergunta: por que seu corpo é um bom lugar para se estar?
Misto de terapia, auto-ajuda e entrevista em formato de minidocumentários, o projeto Style Like U quer revelar o que está por baixo da sua roupa.
| Sloan Laurits/- | ||
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| A stylist Elisa Goodkind posa com a filha Lily Mandelbaum. As duas criaram o projeto Style Like U, em que filmam famosos se despindo para lutar contra padrões corporais |
A atriz Jemima Kirke, a Jessa de "Girls", lembra de aprender ainda pequena que o amor era sufocante, quase uma armadilha. Ser livre significava estar só. Hoje casada e com uma filha, ela diz batalhar para ressignificar a própria liberdade conforme percebe que pode permanecer livre e ser amada por alguém ao mesmo tempo.
Relatos de abuso e preconceito, de distúrbios alimentares ou da descoberta da própria sexualidade não são raros.
BELEZA NA DOR
"Ouvir essas histórias ajuda a gente a ficar mais confortável com a própria dor, com o próprio corpo e não ter vergonha disso. É assim que a gente muda o jeito de ver as coisas", diz Elisa.
Ao lado da filha Lily, a stylist deu início ao projeto em 2009 a partir de uma frustração dela em ter de reproduzir um único estereótipo de beleza enquanto via a filha lutar com a balança para se
encaixar neste mesmo padrão que ela ajudava a disseminar.
"Começamos com uma câmera na mão, documentando pessoas que desafiavam as normas impostas pela moda. Conduzimos um movimento de auto-aceitação por meio do estilo", conta Elisa.
A série de vídeos virais, que soma mais de 35 milhões de visualizações no YouTube desde 2014, virou um livro.
"Grandes empresas gastam e ganham muito dinheiro para deixar a gente subserviente a um padrão", diz Elisa.
"Isso está mudando porque as pessoas estão mais atentas a esse assunto, e o próprio mercado tem se visto obrigado a retratar a diversidade. Acho que é um caminho sem volta."
No fim, a conclusão dela é: não há nada para consertar. "Gosto de ser deslocada. O presente é esse: não há ninguém igual a você no mundo".
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Vídeo de apresentação do projeto Style Like U
Vídeo de apresentação do projeto Style Like U.