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    Ilustrada pelo anglo-brasileiro Sam Hart, "Atômica" ganha livro e filme

    LUÍSA GRAÇA
    DE SÃO PAULO

    31/08/2017 14h29

    Ariane Domingues
    Ilustrador anglo-brasileiro Sam Hart.
    Ilustrador anglo-brasileiro Sam Hart.

    Quando Sam Hart decidiu estruturar os quadrinhos da graphic novel "Atômica: A Cidade Mais Fria" como um storyboard de filme, jamais passou pela sua cabeça que aquelas cenas iriam, de fato, ser transportadas para uma tela de cinema. Ainda mais como um sucesso de bilheteria com elenco de primeira, estrelado e produzido por Charlize Theron, como é "Atômica", thriller de ação que estreia hoje, quinta-feira (31/08).

    A HQ escrita pelo britânico Antony Johnston e ilustrada por Hart, anglo-brasileiro, que acaba de ganhar edição nacional pela DarkSide Books (R$55,00), é situada na Berlim de 1989. Com o comunismo à beira do colapso e a iminente queda do muro como pano de fundo, acompanhamos a trajetória de uma agente do MI6 que busca recuperar uma lista que contém o nome de todos os espiões atuantes na cidade. Best-seller nos Estados Unidos e Reino Unido, o thriller de espionagem chamou a atenção de Theron antes mesmo de ser publicado em 2012. Além do estilo cool da narrativa e das ilustrações, a atriz viu na protagonista uma personagem feminina forte e pouco comum nas telas do cinema.

    Hart, 43, baseou as feições de Lorraine Broughton, a heroína em questão, nas feições de sua avó paterna.

    "Foi uma homenagem a ela. Ela estava muito à frente da época, na Inglaterra dos anos 1930. Foi uma das primeiras mulheres a trabalhar para o governo, no Home Office, uma espécie de Ministério de Imigração e Segurança Pública. Foi nesse período que ela conheceu meu avô, um advogado que trabalhava no MI5", explica à Serafina o quadrinista, que esteve na première do filme em L.A. e também contou essa história para a atriz.

    "Ela também era muito brava! Não sei como reagiria ao filme".

    Atômica - A Cidade Mais Fria
    Antony Johnston e Sam Hart
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    Filho de pai inglês e mãe brasileira, Sam nasceu na Inglaterra e cresceu no Brasil onde permanece hoje. Depois de trabalhar com HQs na sua terra natal aos vinte e poucos anos e de fundar as publicações Front e Caos, fazer ilustrações para revistas e jornais brasileiros e criar storyboards para agências de publicidade em São Paulo, hoje ele se dedica integralmente aos quadrinhos e enxerga o Brasil como um terreno bastante fértil para esse universo.

    "É um mercado com muita criatividade e qualidade na produção, tanto na parte do roteiro quanto na parte gráfica - visual e impressão. Acho que depois de algumas décadas de quadrinhos excelentes produzidos aqui, mais fãs e autores têm tido meios de se desenvolver através de cursos, livros e estudos sobre essa linguagem", pondera ele, que atualmente está trabalhando num novo projeto que envolve ciência e magia, roteirizado e ilustrado por ele.

    "É uma época muito boa para ser fã de quadrinhos".

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