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    Novo "Zelda", para Nintendo 3DS, retorna à liberdade de traçar caminhos

    STEPHEN TOTILO
    DO "NEW YORK TIMES"

    02/12/2013 03h22

    Um menino chamado Link tem uma espada, um escudo e imensa perseverança. Em seu mundo, não existem problemas insolúveis.

    O mundo de Link é a grande série "Zelda", da Nintendo, lançada 27 anos atrás e que já acumula 16 lançamentos importantes e de qualidade. Cada jogo, usualmente, tem um novo truque para ajudar a salvar aquele mundo. Em "The Legend of Zelda: a Link Betweeen Worlds", que saiu neste mês para o portátil Nintendo 3DS, o truque de Link é que ele pode se aproximar de qualquer superfície vertical lisa e se achatar contra ela, como uma versão bidimensional de si mesmo, ou um desenho que caminha pelas paredes.

    Acredite ou não, a capacidade de se achatar contra uma parede cria um bom videogame. O mesmo vale para a capacidade de se transportar a uma versão em negativo fotográfico da realidade, o que Link também pode fazer nessa nova aventura.

    Existem imitadores de "Super Mario" e clones de "Call of Duty", mas as últimas três décadas viram poucas cópias dos jogos "Zelda". Isso se deve provavelmente ao fato de que eles são uma estranha mistura de charadas complexas, personagens pitorescos e trilhas sonoras tão boas que a Nintendo conseguiu organizar uma série de concertos cujo repertório era apenas a música de "Zelda".

    A única coisa convencional sobre os jogos é seu herói, tão provável e improvável: um menino de orelhas pontudas adornado por uma túnica verde e armado da espada que ele removeu da pedra em que estava enfiada. Link é o menino cujo destino é salvar uma princesa.

    Neste novo jogo, ele tem dois vastos mundos a explorar e salvar: Hyrule, uma terra invadida mas de passado feliz, e o miserável e tempestuoso Lorule. E eles estão repletos de desafios.

    Uma ponte caiu, e Link precisa de um gancho e corda para cruzar o abismo. Uma mãe precisa da ajuda para encontrar o filho. Um homem que ama abelhas quer que você apanhe algumas e, caso o faça, ele tem uma surpresa para você. Um alpinista precisa de leite. Há um baú de tesouro na beira de um penhasco. Se você prestar atenção, descobrirá o meio de ir até lá e recuperá-lo.

    Por mais interessantes que sejam tais mundos, as melhores seções deles ficam no subsolo. Os jogos da série "Zelda" estão repletos de calabouços -e segredos, claro. No novo jogo, um calabouço requer que o jogador alterne entre iluminar passagens escuras e extinguir fontes de luz a fim de revelar caminhos mágicos que cintilam no escuro. Outro calabouço se baseia no conceito de ter uma varinha que transforma areia solta em colunas de areia. "A Link Between Worlds" consegue apresentar alguns dos mais astutos dos calabouços da série.

    Os primeiros jogos da série "Zelda" forçavam jogadores a descobrir por conta própria o mundo de Link. Os jogos posteriores levavam o jogador pela mão. O novo título retorna à norma do passado, permitindo que os jogadores escolham seu percurso. Essa liberdade recuperada é muito bem-vinda.

    Jogar "A Link Between Worlds" na íntegra envolve a prática de descobrir centenas de coisas erradas e consertá-las todas. Uma missão imensamente satisfatória.

    Stephen Totilo é editor chefe do site de videogames Kotaku.com.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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