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    Inteligência artificial é o caminho para o futuro do iPhone, diz professor

    STEFANIE SILVEIRA
    DE SÃO PAULO

    15/01/2014 11h02

    Divulgação
    iPhone 5s (esquerda) e iPhone 5c, os mais recentes modelos da Apple
    iPhone 5s (esquerda) e iPhone 5c, os mais recentes modelos da Apple

    A inteligência artificial é caminho para o futuro do iPhone, afirma Eduardo Pellanda, professor e coordenador do laboratório de pesquisa em mobilidade e convergência midiática da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul. Atualmente, o publicitário faz pós-doutorado no Laboratório de Experiência Mobile do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

    Usuário de produtos Apple e também conhecedor dos muitos smartphones presentes no mercado, ele destaca ainda importância do iPhone para o mercado, desde seu lançamento, em 2007.

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    Folha - Desde quando foi lançado, quais foram principais as mudanças que o iPhone provocou no mercado de smartphones?
    Eduardo Pellanda - Eu diria que 100%. Pode-se discutir se hoje ele ainda é a melhor opção, mas ninguém discute que ele alterou completamente o rumo deste mercado. Em recente vazamento, a empresa que estava criando o Android, com Andy Rubin, antes de ser adquirida pela Google, ficou claro que eles tiveram que voltar para a prancheta e redesenhar o que estavam pensando na época do lançamento.
    Nokia, Blackbery, Motorola, Palm, HTC e outros grandes players da época tiveram que parar tudo também e mudar a direção por causa do iPhone. Sem dúvida ele impulsionou o mercado. É só olhar os números antes e depois de 2007. Mais do que isso, ele deu um motivo para as pessoas usarem smartphones.

    O que os outros smartphones devem ao iPhone enquanto inspiração para seus modelos e também sistemas operacionais?
    Como quase tudo na Apple a grande sacada não é invenção, mas a reinvenção. A tela multitoque foi o primeiro ponto, ela possibilitou gestos. Depois a tela resistiva de vidro, que dispensou a caneta. Depois a interface fluida com scrolls proporcionais ao esforço que se coloca. Aí depois temos todo o conceito de App Store.

    Na sua opinião, ele é o melhor aparelho do mercado? Outras empresas já conseguem ultrapassar o smartphone da Apple?
    Eu considero que ainda é o melhor. Claro que o Android evoluiu muito em pontos como compartilhamento de informações entre apps e computação na nuvem, que acho que são os grandes pontos do Google.
    Mas vejo as pessoas, inclusive especialistas, fazerem comparações muito em questões de interface (alto nível) e esquecer de fundamentos de baixo nível (melhor integração com hardware). Não podemos dizer que pelo fato de o Android ter widgets ele é um OS [sistema operacional] mais avançado, isso é muito superficial.
    Acho que o iOS é melhor pela quantidade de refinamentos de software com hardware que as as vezes parecem mínimos, mas a soma destes milhares de detalhes fazem a diferença na hora do uso. Dois exemplos: quando se está ouvindo uma música e abre-se um vídeo em outra app o iOS, sem exceção, para o som da app anterior com uma suave transição. No Android, este comportamento depende se a app e se o fabricante seguiram as recomendações do Google. É sempre um mistério.
    Outro exemplo ainda no áudio é quando colocamos o som para ser reproduzido em caixas bluetooth, como no carro, por exemplo. Em qualquer app no iOS posso controlar este direcionamento. De novo, são muitos pequenos detalhes.

    Depois do 5S, para onde a Apple ainda pode evoluir? O que você apontaria como caminho para manter a inovação do iPhone pós-Jobs?
    Uma outra questão que muita gente fala é em relação ao tamanho da tela. Não acho que a Apple irá aumentar muito, e espero que não. Tenho mãos médias e não consigo usar o Galaxy S4 com uma só mão. Troquei o meu Android, que uso sempre como um segundo telefone, pelo Moto X e a sensação é bem melhor. Ou seja o limite é 4.5 ou 4.7 polegadas.
    Acho que o iPhone 6 virá com cada vez mais sensores, como o de movimento adicionado no 5S, e capacidades biométricas, como o Touch ID. Aposto também em um avanço do sistema Siri e a chegada do serviço em português. A inteligência artificial deste sistema é o real motivo para chamarmos estes aparelhos de "smart" phones no futuro.

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