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    Imprensa se surpreende com rolezinho porque ignora periferia, diz jornalista

    BRUNO FÁVERO
    DE SÃO PAULO

    30/01/2014 22h05

    A jornalista Laura Capriglione criticou a imprensa em debate durante a Campus Party 2014 e disse que os "veículos off-line" se surpreendem com manifestações como os rolezinhos e os bailes funks porque restringem sua cobertura "a um quadrado de 4,6 km" da cidade de São Paulo.

    Para a jornalista, que foi repórter da Folha de 2004 a 2013, isso é parte da explicação do porquê, segundo ela, o jornalismo tradicional está em crise.

    "Há cada vez menos histórias de pessoas nos jornais, [...] Eles [os jornais] agora são preenchidos por material de assessorias de imprensa e colunas de opinião", afirmou Capriglione.

    ON-LINE / OFF-LINE

    A mesa de debate, com o tema "Reportagem no divã, reflexões do mundo off-line" se propôs a discutir o impacto de novas tecnologias sobre o jornalismo tradicional e também contou com a participação de André Caramante, repórter da Folha, e Alberto Dines, professor de jornalismo e criador do site Observatório da Imprensa.

    "Hoje todo mundo tem um iPhone e um iPad, mas eu não vejo isso com bons olhos", disse Caramante. "Com isso, esqueceu-se que lugar de jornalista é na rua, não na redação."

    "Em vez de manter seus valores tradicionais e se apropriar das novas tecnologias, o jornalismo herdou a histeria de opiniões das redes sociais", disse Capriglione.

    Alberto Dines concordou que o jornalismo está em crise e disse que a culpa não é da internet, mas que "uma confiança ilimitada no mundo digital nos tira a capacidade analógica de pensar, de refletir".

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