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    Celulares com Android da Nokia aparecem como salvadores da empresa

    BRUNO ROMANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BARCELONA

    03/03/2014 03h30

    Divulgação
    Celulares da linha X, da Nokia, com sistema operacional Android
    Celulares da linha X, da Nokia, com sistema operacional Android

    Em um evento com dezenas de lançamentos para diferentes perfis de consumidor, quem chamou a atenção foi um aparelhinho básico.

    No Mobile World Congress, mais importante evento de telefonia do mundo, em Barcelona, a família Nokia X roubou a cena, ofuscando até o novo Galaxy S5, da Samsung.

    Os três dispositivos (Nokia X, Nokia X+ e Nokia XL) não entrarão para a história por suas inovações tecnológicas, mas sim pelo o que representam para a empresa e pelo seu potencial de alterar um mercado que parece cimentado.

    Além disso, o X é o primeiro aparelho da gigante finlandesa com Android como sistema operacional.

    Em 2011, Stephen Elop, então executivo-chefe da Nokia, mandou uma mensagem aos funcionários: "Estamos em uma plataforma em chamas", disse, em referência ao combalido Symbian. Assim, a Nokia optou pelo Windows Phone como sistema operacional.

    Três anos depois, o Windows Phone dá sinais de que ainda não está livre de incêndios. O sistema fechou 2013 com 3,6% do mercado –ainda que Nokia e Microsoft repitam que é a plataforma que mais cresce. No mesmo período, diz a consultoria Strategy Analytics, o Android abocanhou 78,9% do mercado.

    Essa dominância também é refletida na posição da Nokia no mercado, que não aparece nem entre os cinco primeiros fabricantes de smartphones do mundo, segundo a consultoria IDC.
    Em 2013, a LG, quinta colocada, tinha 3,9% do mercado. A Samsung, primeira, aparece com 31,1%. As rivais coreanas adotam o Android em seus aparelhos.

    E boa parte da briga acontece nos segmentos mais baratos, em que o Android reina quase sozinho. Com a família X, Nokia e Microsoft tentam estancar a sangria.

    O APARELHO

    Para isso, o Nokia X traz uma versão personalizada do Android. A interface de azulejinhos foi tirada de uma costela do Windows Phone, e os serviços do Google foram substituídos pelos da Nokia e da Microsoft. Porém, o acesso ao grande catálogo de apps do Android foi mantido. É um casamento de bela interface com muitos aplicativos.

    Embora tenha limitações claras no hardware (sim, ele é meio lento ao executar tarefas), o preço pode ser o catalisador que falta para que obtenha boas vendas. No Brasil, deve chegar na faixa entre R$ 300 e R$ 400.

    Mas o sucesso do X pode ser uma bênção e uma maldição para Microsoft, que pagou US$ 7,2 bilhões há seis meses pela Nokia. Se, por um lado, a empresa pode ganhar território em um segmento que não tem presença, por outro pode sentir a pressão para que abandone o Windows Phone e adote completamente a versão do Android nos aparelhos da Nokia.

    O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Nokia

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