Parte das pesquisas de doutorado de Travis Rich, 25, e mestrado de Kevin Zeng Hu, 20, consiste em passar o dia vendo GIFs na internet. Parece fácil, mas os estudantes do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) partiram de uma pergunta teórica ampla: "É possível, de algum modo, mapear emoções?".

Sim, é possível, afirmam eles, graças aos GIFs.

Para chegar à conclusão, Rich e Zeng Hu puseram no ar o site GIFGIF, em que os usuários relacionam imagens animadas a sentimentos.

"Para nós, os GIFs são um idioma, assim como o inglês ou o português", defende Rich. "Um idioma com contexto." Ao relacionar os arquivos a emoções que existem em virtualmente todas as sociedades humanas –alegria, tristeza, vitória, luto etc.–, eles buscam uma forma de quebrar exatamente a barreira do idioma.

"A ideia é que mesmo que você more em uma pequena aldeia no interior da China e fale apenas o dialeto local, consiga identificar a emoção que um GIF quer passar."

FAIXA ETÁRIA

Para a geração de usuários de internet na faixa dos 20 e poucos anos, da qual fazem parte os pesquisadores, apreciar GIFs engraçados é tão natural quanto beber água ou respirar. Mas isso não é verdade no caso dos quarentões e cinquentões, afirmam.

Esse é outro obstáculo importante enfrentado por eles. "Quando mostrávamos GIFs para os pesquisadores mais velhos do MIT, eles não entendiam muito bem", diverte-se o mestrando Zeng Hu.

A base de imagens usada na pesquisa foi retirada do site Giphy, uma coletânea de arquivos no formato separados por assunto. As tags relacionadas às imagens, entretanto, são desconsideradas pelos pesquisadores, para que não haja "pré-julgamento" por parte dos usuários.

A única polêmica relacionada ao site é o nome: GIF pronuncia-se "guif" ou "jif"? Se no Brasil fala-se "guif", nos EUA o debate vai longe. O criador do formato, Steve Wilhite, diz que o correto é "jif", mas muitos discordam. "Para não ter problema, como nosso site é GIFGIF, usamos as duas formas juntas", brinca Rich.