Em 2004, um grupo de programadores criou o primeiro malware (software malicioso) para telefone celulares de que se tem notícia.
Inofensivo, o Cabir era apenas uma prova de conceito que demonstrava a possibilidade de propagar código malicioso via Bluetooth em aparelhos da Nokia com o sistema Symbian, muito populares à época. Mas ele logo foi adaptado por hackers, que usaram a técnica em programas mais perigosos.
Dez anos depois, aparelhos móveis ainda são um nicho para cibercriminosos —segundo a empresa de tecnologia Cisco, apenas 1,2% de todo o malware encontrado na internet em 2013 tinha como alvo dispositivos específicos. Mas as ameaças têm potencial para crescer.
Smartphones e tablets são adotados por um número cada vez maior de pessoas, que não raro os utilizam em tarefas como compras, transações bancárias e troca de informações confidenciais. Os aparelhos vivem conectados e armazenam e processam muitos dados importantes.
Os cibercriminosos concentram seus esforços em ataques ao Android. Relatório da F-Secure diz que, das novas ameaças para dispositivos móveis em 2013, 97% eram para o sistema do Google.
As principais razões para isso são a liderança no mercado de smartphones, o que aumenta o número de vítimas em potencial, e a possibilidade de instalar aplicativos não oficiais, o que facilita a propagação de código malicioso.
As lojas de apps ajudam os usuários –o processo de encontrar, comprar e instalar programas ficou mais fácil–, mas também os cibercriminosos. Os repositórios alternativos de apps são o "o canal de distribuição mais comum" de malware em dispositivos móveis, diz a F-Secure.
A consultoria relata ainda o aumento de anúncios enganosos com mensagens como: "Você foi infectado. Instale este app para desinfetar seu aparelho", que podem levar a um falso antivírus.
No geral, os cibercriminosos tentam infectar dispositivos para ganhar dinheiro. Por isso, entre os tipos mais comuns de malware para Android estão os que roubam informações confidenciais e os que fazem o aparelho enviar mensagens SMS a números "premium", que cobram tarifas mais caras do que o convencional e geram receitas para o dono dos serviços.
Filipe Rocha/Editoria de Arte/Folhapress | ||