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    Em livros, especialistas divergem sobre uso do termo "ciberguerra"

    ALEXANDRE ARAGÃO
    DE SÃO PAULO

    12/05/2014 03h13

    Apesar de ter se tornado o principal termo pelo qual Estados e instituições se referem a ciberataques contínuos, a palavra "ciberguerra" não é unanimidade entre especialistas no assunto.

    Trata-se de uma questão semântica com implicações práticas. O principal crítico da expressão é Thomas Rid, professor do departamento de estudos de guerra do King's College, em Londres.

    Em seu livro "Cyber War Will Not Take Place" ("A Ciberguerra não Acontecerá"), Rid argumenta que um ato ofensivo qualquer, para ser considerado ato de guerra, deve obedecer três critérios.

    Primeiro, deve ser fisicamente violento, ou seja, deve ter vítimas. Segundo, deve ser instrumental, ou seja, a violência deve ser um meio para atingir um fim. Por último, atos de guerra são, necessariamente, políticos: um Estado a fim de subjulgar outro.

    "Se o uso da força na guerra é violento, instrumental e político, então não há ciberataque que obedece aos três critérios", diz o pesquisador.

    No extremo oposto do debate estão os pesquisadores Peter Singer e Allan Friedman, autores de "Cybersecurity and Cyberwar" ("Cibersegurança e Ciberguerra"). Como aponta o título, eles admitem uma interpretação mais elástica de "guerra".

    "Todos os elementos-chave da guerra no ciberespaço têm paralelos e conexões com a guerra em outros domínios", argumentam.

    *

    CYBER WAR WILL NOT TAKE PLACE
    AUTOR Thomas Rid
    EDITORA Oxford University Press
    QUANTO US$ 9,99 (e-book)

    *

    CYBERSECURITY AND CYBERWAR
    AUTORES Peter Singer e Allan Friedman
    EDITORA Oxford University Press
    QUANTO US$ 9,00 (e-book)

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