• Tec

    Monday, 06-May-2024 10:51:13 -03

    Quadrinhos digitais ainda engatinham no país

    BRUNO ROMANI
    COALBORAÇÃO PARA A FOLHA

    16/06/2014 02h00

    Se os quadrinhos digitais vivem uma fase de crescimento no mundo, no mercado brasileiro eles engatinham.

    Há poucas publicações em português e falta uma loja no formato da Comixology para reunir os principais autores e editoras. A produção nacional fica pulverizada –entre iTunes, Amazon e a própria Comixology- ou arrisca-se em aplicativos próprios.

    Chama a atenção o fato de as iniciativas digitais no país partirem do mercado independente. Grandes editoras estrangeiras que têm versões traduzidas nas bancas, como a DC, não possuem publicações em português. A exceção é a Marvel, que vende revistas em 12 idiomas em seu app -mas as traduções não são de excelente qualidade.

    Além disso, grandes nomes genuinamente brasileiros, como a Turma da Mônica, estão ausentes de tablets.

    "O mercado nacional ainda não tem a mesma força que o mercado americano. Mas já temos um projeto para lançar nossos gibis para tablets e smartphones", diz Marcos Saraiva, responsável pela divisão digital da Mauricio de Sousa Produções.

    O IVC (Instituto Verificador de Circulação), por exemplo, acompanha apenas dados das versões impressas de revistas de personagens da Disney e da Turma da Mônica.

    "Tablets e smartphones são importantes porque trazem um jeito fácil e seguro para o leitor pagar R$ 1 ou R$ 2", diz Heinar Maracy, diretor da Digisa, empresa que faz a revista "Siebercomix", do cartunista Allan Sieber. "Ainda não temos um caso de sucesso porque a oferta é pouca, e o público leitor, também."

    Mas há potencial. Em 2013, o Brasil apareceu entre os dez países em que o Comixology foi o app de iPad mais lucrativo –sem contar games.

    Para Fabiano Denardin, criador da loja de HQs digitais Mais Gibis, faltam duas coisas para o mercado crescer no país: melhorar a oferta e consolidar a plataforma.

    "Mais conteúdo trará mais público, mais público trará mais produção. Pelo menos, em teoria, é assim que funciona", diz ele. "Acredito que muita coisa deva acontecer entre este ano e o próximo no Brasil."

    Editoria de Arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024