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    Agência antidrogas dos EUA usa conta falsa no Facebook em investigação e é processada

    DA ASSOCIATED PRESS

    07/10/2014 16h41

    A DEA (agência de combate a drogas dos EUA) criou um perfil falso no Facebook usando fotos e outras informações encontradas no celular de uma mulher de Nova York detida em um caso de tráfico de cocaína a fim de persuadir seus amigos e comparsas a revelarem detalhes sobre ações criminosas.

    Inicialmente, o Departamento de Justiça (ministério ao qual a DEA pertence) defendeu a prática em documentos jurídicos, mas agora diz que analisa se o truque não foi longe demais.

    A conta de Sondra Arquiett na rede parecia tão real quanto qualquer outra. Incluía fotos dela posando no capô de uma BMW e uma foto de seu pequeno filho e sua sobrinha. Ela até escreveu sobre como sentia falta do namorado, identificado no texto pelo apelido dele.

    Mas não era ela. O perfil era fruto do trabalho do agente da DEA Timothy Sinnigen, afirmou Arquiett em uma ação judicial. O caso deve ser julgado na próxima semana em Albany, Nova York.

    O porta-voz do Departamento de Justiça Brian Fallon disse em comunicado nesta terça-feira (7) que funcionários estão revisando tanto o incidente quanto a prática, apesar de documentos anteriores mostrarem que o governo federal defendia a medida. Ele recusou-se a ir adiante no comentário, porque o caso está pendente.

    O caso foi inicialmente divulgado pelo site "BuzzFeed".

    Arquiett foi detida em julho de 2010, indiciada por possessão com o intuito de distribuir cocaína. Foi acusada de ser membro de uma quadrilha de narcotráfico cujo líder era seu namorado, anteriormente indiciado.

    Em documento de agosto, o Departamento de Justiça alegou que, apesar de Arquiett não ter autorizado Sinnigen a criar a conta falsa, ela "implicitamente consentiu ao permitir acesso às informações armazenadas no seu celular e ao consentir o uso delas para auxiliar investigações criminais."

    O governo também afirmou que a conta no Facebook não era pública. Um repórter pôde acessá-la na manhã desta terça (7), mas ela foi posteriormente desativada.

    Um porta-voz do Facebook recusou-se a comentar sobre o caso. Os termos de uso do Facebook proíbem a prática: "Você não proverá qualquer informação falsa ou criará uma conta para qualquer um que não você mesmo sem permissão."

    Arquiett e seus advogados não responderam imediatamente a mensagens por e-mail e telefone.

    Ela disse nos documentos legais que sofrera "medo e grande abalo emocional" e que corria riscos, já que a página falsa havia dado a impressão de que ela cooperava com a investigação de Sinnigen, ao que ele interagia on-line com "indivíduos perigosos que ele estava investigando."

    Os desdobramentos do caso não ficaram claros.

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