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    Após protestos, Hungria adia criação de imposto sobre tráfego na internet

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/10/2014 12h25

    O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira (31) que desistiu, por hora, de criar um imposto sobre o consumo de dados na internet, após protestos em massa tomarem as ruas da capital Budapeste nas duas últimas semanas.

    "Este imposto em sua forma atual não pode ser introduzido. O governo queria criar um imposto para as telecomunicações, mas o povo o interpretou como um imposto para a internet", disse Orbán para a rádio pública "Kossuth".

    "Se as pessoas não apenas rejeitam algo, mas consideram isso insensato, então não deveria ser feito", afirmou.

    Laszlo Balogh/Reuters
    Na terça (28), cerca de 100 mil pessoas tomaram o centro de Budapeste para protestar contra a medida
    Na terça (28), cerca de 100 mil pessoas tomaram o centro de Budapeste para protestar contra a medida

    O governo anunciou a nova taxa na semana passada e pretendia arrecadar cerca de 60 milhões de euros ao ano com ela.

    O procedimento consistia em cobrar 50 centavos de euro por Gbyte consumido, com um máximo de 2,2 euros por mês para pessoas físicas e 16 euros para empresas.

    Budapeste já tinha introduzido um imposto no setor das telecomunicações em 2012. Era cobrada uma taxa de 2 forintes (equivalente a 0,0065 euro) a cada minuto iniciado em ligações de celular e a cada mensagem de texto enviada. Em 2013, a taxa aumentou para 3 forintes.

    PROTESTOS

    A proposta causou uma onda de protestos, com duas grandes manifestações envolvendo dezenas de milhares de pessoas.

    As críticas foram compartilhadas tanto pela oposição como por empresas do setor das telecomunicações e celebridades do país.

    Segundo a "Reuters", as manifestações desencadearam protestos mais profundos que mostram o descontentamento de setor liberais da sociedade húngara com a forma de governar de Orbán.

    ADIAMENTO

    O primeiro-ministro afirmou que em janeiro de 2015 o governo realizará uma "consulta nacional" sobre a internet com um questionário para conhecer a opinião dos cidadãos sobre o assunto.

    "Devemos receber uma resposta à pergunta de para onde vão os enormes lucros gerados na internet" e se uma parte desse lucro poderia ficar na Hungria, disse Orbán.

    As organizações civis que foram para a rua para protestar nas últimas duas semanas ficaram satisfeitas com a desistência dos planos tributários e convocaram uma nova manifestação para "comemorar a vitória" na tarde desta sexta-feira.

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