• Tec

    Sunday, 05-May-2024 22:39:12 -03

    Projetos de armas 3D espalham-se na rede

    BRUNO ROMANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/11/2014 02h20

    Em maio do ano passado, o americano Cody Wilson chamou a atenção ao revelar no YouTube uma pistola funcional, criada totalmente com pecinhas de plástico feitas em uma impressora 3D comum.

    Pouco mais de um ano e meio depois, a impressão 3D de armas de fogo virou uma espécie de subcultura, com gente compartilhando projetos na rede, testando e retrabalhando designs e revelando vídeos que mostram o resultado dessas experiências.

    No começo deste mês, o americano Michael Crumling conseguiu desenvolver um tipo de munição que aumenta a resistência de armas impressas em plástico, um dos problemas para a categoria.

    Cody Wilson/Defence Distributed/The New York Times
    Liberator, uma das primeiras armas feitas em impressora 3D
    Liberator, uma das primeiras armas feitas em impressora 3D

    Quando um tiro é disparado, ocorre uma explosão interna na arma. Isso acaba danificando o plástico rapidamente, e a arma pode se quebrar e ferir o atirador.

    A munição criada por Crumling, batizada de Atlas, tem uma capsula de metal que envolve o projétil e contém internamente a explosão.

    Ele conseguiu disparar 19 tiros em sequência em um vídeo divulgado pela revista "Wired". À publicação ele disse que seu objetivo é construir armas semiautomáticas.

    O que Crumling conseguiu fazer é uma evolução rápida desde o anúncio da Liberator, no ano passado. Quando a arma de Wilson foi anunciada, o projeto foi disponibilizado no site do grupo Defense Distributed.

    O Departamento de Estado dos EUA, sob a alegação de que a distribuição dos arquivos viola a lei de importação e exportação de armas de fogo no país, tirou a página do ar. Mas era tarde demais. O arquivo já havia sido baixado mais de 100 mil vezes.

    Desde então, surgiram repositórios específicos como o Fosscad, onde é possível encontrar projetos 3D de peças ou mesmo armas completas.

    No mês passado, um japonês foi condenado a dois anos de prisão por fabricar armas 3D, possivelmente o primeiro caso da história. Yoshitomo Imura foi acusado de imprimir pelo menos duas armas inspiradas na Liberator.

    No Brasil, o Estatuto do Desarmamento proíbe a fabricação de armas de fogo caseiras, com pena de quatro a oito anos de prisão mais multa. Mas aqui o preço das impressoras 3D aqui é uma barreira: as mais baratas podem ser encontradas em média por R$ 5.500.

    Nos EUA, por exemplo, há modelos de US$ 400, o equivalente a R$ 1.040.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024