O governo de Nova Déli proibiu nesta segunda-feira (8) o aplicativo de caronas alternativas Uber de operar na capital indiana depois que um de seus motoristas foi detido, acusado de estuprar uma passageira.

"O Departamento de Transportes proibiu todas as atividades de serviços de transporte uber.com com efeito imediato", afirma um comunicado oficial.

O ataque teria acontecido na sexta-feira (5) e o motorista foi detido no domingo (7) no estado de Uttar Pradesh, norte da Índia, para onde fugiu, informou a polícia.

Segundo a imprensa local, o Uber não examinou os antecedentes penais do motorista, de 32 anos, que em 2011 foi acusado de estupro, apesar de ter sido inocentado um ano depois. De acordo com a polícia, a empresa não instalou aparelhos de GPS em seus carros.

"O que aconteceu este fim de semana é Nova Déli é horrível. Toda nossa equipe está ao lado da vítima deste crime desprezível", afirma o Uber em um comunicado.

APP POLÊMICO

A notícia é apenas mais uma das polêmicas em que o Uber está envolvido.

Os principais protestos contra o serviço partem de taxistas, que já se manifestaram contra a "concorrência ilegal" do aplicativo, conforme acreditam, em diversas cidades pelo mundo –principalmente em capitais europeias.

	Carl Court - 11.jun.14/AFP
	Taxistas londrinos durante protesto contra o Uber em junho

Na Alemanha, por exemplo, decisões judiciais baniram e readmitiram o serviço repetidas vezes nos últimos meses. No final de setembro, o aplicativo teve sua proibição suspensa na capital Berlim.

As polêmicas chegam também na conduta profissional da companhia. Em agosto, o concorrente Lyft acusou a Uber de ter solicitado e cancelado 5.500 corridas nos EUA com intuito de sabotá-lo. Em novembro, um dos diretores da Uber, Emil Michael, disse que a empresa gastaria milhões com uma equipe de investigadores e de jornalistas para combater publicidade negativa.

NO BRASIL

O Uber funciona em apenas duas cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, e sua operação é atualmente irregular no país.

Três carros de motoristas do serviço foram apreendidos em São Paulo depois de a fiscalização flagrar os condutores, que contrariam o Código de Trânsito por exercer a atividade de transporte público individual remunerado sem a licença necessária.

A prefeitura paulistana notificou a companhia de maneira extrajudicial no dia 11 de novembro. Quando a medida completar um mês, na próxima quinta (11), a Secretaria dará início a um processo administrativo que pode se tornar uma ação judicial se a Uber não tomar uma providência.