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    Coreia do Norte diz que apoiadores podem estar por trás de ataque à Sony

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    08/12/2014 12h49

    A mídia estatal norte-coreana disse que o ataque cibernético contra a Sony Pictures Entertainment pode ter sido obra de um grupo pró-Coreia do Norte, segundo uma matéria publicada no domingo (7).

    "O ataque à Sony Pictures Entertainment pode ter sido um ato justificado dos apoiadores e simpatizantes da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) em resposta ao seu apelo", disse um artigo da agência de notícias "KCNA", que considerou acusações de que o próprio país tinha culpa no episódio como um "rumor selvagem".

    O artigo, que representa a resposta mais detalhada da nação sobre o ataque até a data, denunciou a Coreia do Sul, acusando Seul de "veicular o falso rumor de que o Norte estava envolvido no ataque".

    O artigo também advertiu os Estados Unidos de que "há um grande número de apoiadores e simpatizantes da RPDC em todo o mundo". Ele disse que o "Guardians of Peace", grupo de hackers que assumiu a responsabilidade pelo ataque na unidade da Sony, é um desses agrupamentos.

    Joseph DeTrani, um ex-funcionário sênior da inteligência dos EUA que serviu como enviado especial nas negociações com Pyongyang, disse que a Coreia do Norte historicamente faz declarações verdadeiras quando se posiciona sobre seu envolvimento em ataques.

    No entanto, o atual líder Kim Jong-Un está no poder há apenas três anos, o que aumenta a possibilidade de a nação ter oscilado em relação a essa política, afirmou DeTrani.

    Rodong Sinmun/Efe - Phil McCarten/Reuters
    O líder norte coreano Kim Jong-un (esq,) e o ator James Franco (dir.), que interpreta um dos repórteres que deve matá-lo em "A Entrevista"
    Kim Jong-un (esq,) e o ator James Franco (dir.) que deve matar o ditador em "A Entrevista"

    SUSPEITAS

    Investigadores que analisam o caso encontraram semelhanças entre as ferramentas de ataque utilizadas pelos hackers com outras que teriam sido lançadas contra instituições sul-coreanas pela Coreia do Norte no ano passado.

    As suspeitas contra o país giram em torno do lançamento do filme "A Entrevista", uma comédia com James Franco e Seth Rogen, onde os atores interpretam dois jornalistas recrutados pela CIA para assassinar o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

    O filme provocou uma reação furiosa do governo de Pyongyang, que denunciou o filme como um "patrocínio sem disfarces de terrorismo, como também um ato de guerra".

    De acordo com o "Wall Street Journal", o ataque disponibilizou dados privados –como salários e histórico médico– de mais de 47 mil funcionários e ex-funcionários da Sony Pictures, além de informações confidenciais de estrelas de Hollywood –entre elas, o ator Sylvester Stallone.

    Além disso, os invasores liberaram na internet filmes que ainda não foram lançados -entre eles "Corações de Ferro", com Brad Pitt, e um remake do musical "Annie", previsto para 19 de dezembro.

    Segundo sites da imprensa especializada, os hackers têm posse de cerca de 100 Tbytes (1 Tbyte é composto por 1.024 Gbytes) de dados internos da Sony Pictures.

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