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    Retrospectiva: Tecnologia ainda é pautada por respostas à espionagem

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    29/12/2014 02h00

    11.out.13/Associated Press
    Edward Snowden, que revelou a espionagem em massa dos EUA, em vídeo de outubro de 2013
    Edward Snowden, que revelou a espionagem em massa dos EUA, em vídeo de outubro de 2013

    Ao longo de 2014, muito do que se fez em internet e tecnologia, nos EUA inclusive, foi em resposta às revelações feitas em 2013 por Edward Snowden sobre espionagem eletrônica americana.

    As maiores economias da América Latina e da Europa, o Brasil de Dilma Rousseff e a Alemanha de Angela Merkel, foram os principais alvos ocidentais da espionagem, inclusive econômica, e comandaram as reações.

    No ano passado, Dilma suspendeu viagem oficial a Washington, e Merkel expulsou espião americano. Neste, ambas continuaram a pressão diplomática votando, na ONU, uma proposta dos dois países contra a coleta pelos governos de metadados, como números de telefone.

    O Brasil ainda anunciou a construção de um cabo de fibra ótica ligando o país à Europa –sem passar pelos EUA nem usar tecnologia americana (que representaria risco à "integridade dos dados").

    A reação fora dos EUA forçou gigantes como Google, Facebook e Apple (que Snowden revelou participarem da espionagem da NSA) a anunciar ferramentas para garantir a integridade dos dados que coletam. A consultoria Forrester avalia que o escândalo poderia levar o setor americano de tecnologia a perder 25% de sua receita global.

    A empresa canadense Sandvine divulgou relatório em maio mostrando que no mundo todo houve um salto no uso de criptografia –técnica para proteger a privacidade dos dados.

    A liderança era da América Latina, que no ano pós-espionagem elevou de 1,8% para 10,4% a proporção de tráfego criptografado. Em seguida vinha a Europa, que passou de 1,5% para 6,1%. Na América do Norte, o número foi de 2,3% para 3,8%.

    Ao mesmo tempo em que respondeu nas frentes de infraestrutura e diplomacia, o Brasil mostrou alinhamento aos EUA no que se refere ao futuro da internet.

    Ao sediar o encontro NETMundial, em abril, defendeu junto com ao enviado americano a governança multissetorial para a web. A alternativa, defendida por Rússia e China, era concentrar nos governos e na ONU o poder sobre a rede. Na mesma direção, o Brasil aprovou o Marco Civil, considerado por ativistas e grandes empresas uma das legislações mais progressistas na defesa dos direitos do internauta.

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