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    Em um ano na Microsoft, executivo mudou jeito como a gigante vê a web

    BRUNO ROMANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    27/01/2015 02h00

    A Microsoft promoveu, na quarta-feira passada (21), um de seus eventos mais importantes na história recente: detalhou o Windows 10, apresentou um novo browser, lançou um "tablet" de 84 polegadas e revelou os óculos de realidade virtual HoloLens.

    Mais do que isso, o evento foi a materialização de transformações implantadas por Satya Nadella, que completa na semana que vem um ano como presidente-executivo.

    "Nós daremos capacidade para que todas as pessoas e todas as organizações do planeta façam mais e atinjam mais resultados", disse, repetindo o que escreveu a funcionários em julho de 2014.

    Nadella, 47, herdou uma empresa estagnada em inovação. Apesar dos lucros das divisões de negócios corporativos, incluindo Windows e Office, pouco se esperava de novidades significativas.

    Resultado da estratégia de seu antecessor, Steve Ballmer, 58. Apesar do carisma de suas aparições -ao contrário de Nadella, mais na dele-, Ballmer é um homem de negócios e prefere proteger margens de lucro a arriscar.

    Ele chegou a dizer que o iPhone daria errado porque não tinha teclado. Anos depois confessou ter se arrependido de não ter entrado antes no mercado móvel. Quando entrou, era tarde. Apple e Google dominavam -o Windows Phone terminou 2013 com 3,2% do mercado, segundo a consultoria Gartner.

    Divulgação
    Em um ano no comando da Microsoft, Satya Nadella mudou o jeito como a gigante encara a web, seus produtos e a tendência à inovação
    Em um ano no comando da Microsoft, Satya Nadella mudou o jeito como a gigante encara a web

    A outra tentativa da empresa de entrar no mundo das telas sensíveis e dos apps foi um fracasso. Para satisfazer usuários da "nova era", o Windows 8 alienava antigos clientes, acostumados ao mouse e ao teclado. Conseguiu desagradar a todos.

    Para piorar, o Windows 8 não conversava com o Windows Phone, que não dialogava com o Windows RT (versão para tablets da plataforma). Sem contar o Xbox, uma espécie de bolha na empresa. Na prática, Microsoft e desenvolvedores tinham que lidar com quatro plataformas.

    UNIÃO

    Com 22 anos de casa, Nadella percebeu que deveria unir as divisões da companhia. Algumas mudanças foram aceleradas. O quadro de funcionários diminuiu 14% (a maior rodada de demissões cortou 18 mil vagas), e membros de diferentes áreas incentivados a trabalhar juntos.

    As mudanças surtem efeito lentamente. Nesta segunda-feira (26), a empresa divulgou os resultados do último trimestre de 2014, com aumento na receita em relação aos dois anos anteriores, mas queda de 11,7% nos lucros.

    "Ele parece ter senso de urgência, muito respeito pelos competidores e compreensão clara dos pontos fortes e fracos da Microsoft", diz Carolina Milanesi, analista da consultoria Kantar Worldpanel.

    O resultado é que o Windows 10 rodará em qualquer tipo de dispositivo -de supercomputadores a celulares, de sistemas de realidade virtual a tablets. Será possível até jogar Xbox One em PCs.

    "Quando falamos sobre mobilidade, não falamos sobre mobilidade de um único dispositivo", disse Nadella no evento. "Falamos sobre mobilidade de experiência."

    A guinada empolgou até Ballmer, que escreveu no Twitter: "A onda de hardware e serviços do Windows 10 é animal. Eu amo a Microsoft".

    Editoria de Arte

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