Em vez de comprar pronto seu primeiro drone (aeronave não tripulada), o programador e estudante Lucas Teske, 23, resolveu que montaria o próprio ele mesmo, com componentes comprados em sites da internet.

O resultado: mais de R$ 5.000 gastos em peças nos sites chineses Hobbyking e DealExtreme, além do local MercadoLivre, e uma aeronave funcional, com câmera e controle de alcance de até 2 km.

"Montar o próprio tem a vantagem de usar software de código aberto, o que libera para o usuário capacidades que seriam pagas em um aparelho convencional", diz Teske, que é integrante do grupo Software Livre na Campus Party, formado por entusiastas dessa faceta da computação.

Ele diz que há casos em que fabricantes demoram até meses para corrigir um problema no programa que controla o drone, o que dificilmente aconteceria fosse o software aberto. "Software livre é muito mais testado, e você mesmo, se quiser, pode modificar o controlador", diz.

O quadricóptero é equipado com uma câmera GoPro (que custou sozinha 40% do gasto total no projeto) e um sistema de transmissão em tempo real de vídeo, que permite visualizar o que "vê" o drone.

Além do chassi, das hélices, do motor, do controle (R$ 400, comprado no Brasil), o equipamento tem luzes de LED para aumentar sua visibilidade –e adicionar fator carnavalesco.

Teske, que faz pesquisa acadêmica em sistemas de "internet das coisas" e estuda sistemas da informação na USP, diz que iniciou no hobby comprando um kit mais barato de um site chinês.

Ele conta que um dos problemas com a construção de drones é a regulamentação, já que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não tem uma regulamentação para aeronaves não tripuladas, salvo para uso experimental e sob solicitação de autorização.

"Não poderia estar voando aqui, por exemplo", diz.