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A Samsung apresentou neste domingo (1º) a nova geração de seu principal smartphone, o Galaxy S, com a expectativa de reverter os resultados ruins de 2014 –um ano para a empresa esquecer, no qual foi atropelada pela Apple entre os modelos de celulares de ponta.

O aparelho estará à venda em 20 países a partir de 10 de abril. O aparelho deve chegar ao Brasil nesse mesmo mês, mas não nessa primeira leva.

No ano passado, enquanto o Galaxy S5 não empolgou, a Apple entrou com sucesso com o iPhone 6 Plus no segmento de telas grandes, antes dominado pelos coreanos.

Pela primeira vez em três anos a Samsung fechou com queda no lucro, de US$ 33,1 bilhões em 2013 para US$ 22,5 bilhões nos 12 meses seguintes (encolhimento de 32%).

Com isso, a Samsung apresenta queda nos lucros há cinco trimestres consecutivos.

A Apple, ao contrário, teve apenas no último trimestre, o primeiro dos novos iPhones, um lucro de US$ 18 bilhões, o maior já registrado por uma companhia na história. O iPhone teve aumento anual de 46% nas vendas, de 51 milhões de unidades para 74,4 milhões.

Assim, a Apple encostou no posto de maior fabricante de celulares. Segundo a consultoria IDC, a companhia coreana vendeu 75,1 milhões de unidades (20,01% de participação) e a americana, 74,5 milhões (19,85%). Mas a Samsung teve queda de 11% nas vendas, e a rival cresceu 46%.

E não foi só o iPhone que deu dores de cabeça à Samsung, que também perdeu território nos segmentos mais baratos, principalmente na China. A ascenção no mercado asiático da novata Xiaomi colaborou para o ano desastroso da Samsung.

A Xiaomi fechou 2014 com 12,5% de participação do mercado chinês contra 12,1% da Samsung, segundo a IDC. Porém, o crescimento anual da novata foi de 186,5%, contra queda de 22% da gigante coreana. No mercado global, a Xiaomi tornou-se a quinta maior fabricante de smartphones.

Com tantas notícias ruins, o ano passado terminou com rumores de que a Samsung trocaria o comando da divisão de dispositivos móveis. Porém, J.K. Shin, executivo-chefe, foi mantido no cargo.

"Aprendemos com nossos erros para melhorar tecnologias e ideias", afirmou o executivo.

MUDANÇAS

Precisando fazer mudanças, a Samsung conduziu um projeto interno, chamado de "zero", para resenhar seu principal smartphone, o Galaxy S6.

Na parte traseira, o Galaxy S6 tem novo material: em vez do criticado plástico das edições anteriores, é de alumínio e vidro. As bordas do aparelho lembram o iPhone.

A transição para o metal rendeu uma alfinetada na Apple. Em uma apresentação que antecedeu a Mobile World Congress, em Barcelona, Younghee Lee, vice-presidente da companhia, disse: "Esse não vai entortar". Trata-se de uma referência ao iPhone 6 Plus, que no ano passado foi alvo de reclamações de usuários por ter ficado curvo após ficar nos bolsos dos donos.

Internamente, o telefone também sofreu uma mudança importante. Ele leva um processador fabricado pela própria corporação, o Exynos. Assim, a empresa abandona a Qualcomm, responsável pelos chips dos principais telefones do mercado.

A bateria, que vem embutida no aparelho e não é removível, tem tecnologias de carregamento sem fio e carga rápida (dez minutos no carregador são suficientes para quatro horas de uso).

A câmera traseira subiu para 16 Mpixels e a frontal agora tem 5 Mpixels. Um dos recursos combina várias fotos para criar uma única imagem em situações com pouca iluminação.

TELA CURVA

Como já havia feito com o Note 4, o Galaxy S também ganhou uma versão "Edge", com vidro curvado. Porém, dessa vez, a angulação foi feita nas duas laterais do aparelho, o que não acontecia no Note. Embora as curvaturas tenham ficado mais suaves, o visual do S6 Edge ficou mais harmonioso.

A parte curvada também ganhou função, relacionada à interface. É possível escolher cinco cores diferentes para cinco contatos diferentes. Quando o telefone está virado para baixo e toca, as laterais brilham com a cor referente ao contato.

O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung