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    Motorola e Microsoft mantêm apostas nos celulares 'modestos'

    YURI GONZAGA
    ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

    03/03/2015 02h00

    A Microsoft e a Motorola reafirmaram nesta segunda-feira (2) seu foco em países emergentes e aparelhos mais modestos no mercado de celulares, que tem as faixas de preço superior mais lucrativas dominadas por Apple e Samsung.

    A fabricante do Windows (e agora proprietária da Nokia) lançou dois smartphones com capacidades e preço intermediários, o Lumia 640 e o Lumia 640 XL, que chegarão ao mercado em abril, com preços entre € 139 e € 219 (de R$ 450 a R$ 700).

    Divulgação
    Lumia 640 XL, apresentado pela Microsoft, que tem câmera de 13 Mpixels e tela de 5,7 polegadas
    Lumia 640 XL, apresentado pela Microsoft, que tem câmera de 13 Mpixels e tela de 5,7 polegadas

    A Motorola, por sua vez, declarou por meio de seu presidente-executivo, Rick Osterloh, entusiasmo com o Brasil, onde lançou na semana passada a segunda versão de seu smartphone mais barato, o Moto E (R$ 699).

    "A nossa empresa trabalha agora totalmente focada nos modelos mais acessíveis", afirmou Osterloh. "Os celulares de topo de linha existem para levar aos baratos as principais novidades depois de uma ou duas gerações."

    O discurso de ambas empresas é o mesmo: o objetivo é levar as capacidades que chamam de "premium", como câmeras de alta definição ou reconhecimento de voz, às faixas de preço inferiores.

    Modelos de topo de linha têm geralmente construção metálica e telas e câmeras com resolução ultra-alta, em contraste com materiais plásticos dos intermediários

    As duas companhias adicionaram aos seus respectivos lançamentos a opção de suporte ao padrão 4G, segundo os executivos.

    AQUISIÇÕES

    Questionado pela Folha, o diretor da divisão de aparelhos da Microsoft (e antigo presidente-executivo da Nokia) afirmou acreditar que o desaparecimento da marca finlandesa não é prejudicial para os atuais e seus futuros celulares.

    "Sim, a Nokia era vista como fabricante de aparelhos resistentes, de qualidade, mas estudamos cuidadosamente e nos surpreendeu quão positivo tem sido o 'feedback' dos consumidores [em relação à marca Microsoft nos aparelhos]", disse, durante conversa privada com jornalistas.

    Apesar disso, afirmou, a substituição que sucedeu a compra da antiga maior fabricante de celulares do mundo, no ano passado, não foi uma opção: "Isso era parte do acordo."

    No mesmo tema, a Motorola, que passou das mãos do Google para as da chinesa Lenovo também em 2014, disse que se "beneficia imensamente da cadeia de produção em conjunto" mas que "mantém exatamente a mesma estratégia para seus produtos", segundo Osterloh.

    Uma das mudanças visíveis foi a reentrada da fabricante no mercado chinês, que tem suas peculiaridades, mas que "não difere de países como o Brasil [no segmento de smartphones]", afirma o executivo. "Em todo lugar é ultracompetitivo."

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    Homem usa o relógio inteligente Moto 360 em demonstração durante o Google I/O de 2014, em junho
    Homem usa o relógio inteligente Moto 360 em demonstração durante o Google I/O de 2014, em junho

    'USUÁRIOS LIVRES'

    Em resposta a um comentário feito pelo designer Jony Ive, atualmente o segundo executivo mais importante da Apple, Osterloh disse que a empresa que dirige é essencialmente díspar da concorrente por dar liberdade ao usuário.

    "Queremos que o consumidor faça parte do desenvolvimento", disse, referindo-se ao programa Moto Maker, que permite combinações variadas de cores e de componentes para alguns modelos nos EUA e em alguns outros países (indisponível no Brasil).

    O Moto Maker foi criticado pelo diretor da Apple como sendo uma maneira de "isentar-se de parte da responsabilidade pelo design [dos celulares]."

    "A própria escolha de usar Android dá uma liberdade de uso e uma compatibilidade com as quais a Apple claramente não concorda", disse Osterloh.

    E essa linha, disparou, outras fabricantes que usam Android deixam de fazer uma "escolha óbvia" ao modificar a interface do sistema operacional feito pelo Google, mantido praticamente intocado nos celulares da Motorola. "É difícil de especular por quê fazem isso."

    O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Intel

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