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    Ritmo de expansão dos celulares e da internet desacelera

    ROBERTO DIAS
    ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

    03/03/2015 02h00

    A expansão da internet e de seu principal motor –os celulares– desacelera antes de a rede chegar à maior parte da população do planeta.

    É o que contam dois estudos recentes, compilados por entidades que têm interesses ao mesmo tempo comuns e conflitantes no que diz respeito à inclusão digital.

    Um deles foi divulgado nesta segunda (2) pelo GSMA, associação das operadoras que organiza nesta semana o maior evento do setor, em Barcelona.

    Pelos dados do estudo, nos últimos sete anos 1,3 bilhão de pessoas pelo mundo foram apresentadas à telefonia celular. O ritmo de crescimento dos usuários no período foi de 7,6% ao ano.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Essa taxa deve ser reduzida quase pela metade, a 4%, de agora até 2020. Os usuários desses aparelhos passarão dos atuais 3,8 bilhões para 4,6 bilhões, incremento de 800 milhões.

    A tendência de desaceleração aparece também em dados apresentados pelo Facebook, empresa que tomou como bandeira expandir a internet pelo mundo.

    Se em 2008 o número de pessoas on-line crescia a um ritmo de 12,8% ao ano, em 2014 ficou mais próximo da metade disso, em 6,6%.

    Pouco menos de 3 bilhões de pessoas, cerca de 38% da população mundial, acessam a rede ao menos uma vez por ano –o número de internautas é menor do que o das pessoas com celular porque nem todos os aparelhos têm a capacidade de se conectar.

    DOIS MUNDOS

    A situação é bem distinta quando se compararam os países desenvolvidos, onde três quartos da população já estão na rede, e os países em desenvolvimento, onde o índice roça os 30%.

    O impacto econômico desse abismo não é pequeno. Como lembra a última edição da revista britânica "The Economist", estima-se que, nos países em desenvolvimento, um aumento de 10 celulares a cada 100 pessoas ocasiona um aumento de mais de um ponto percentual na taxa de crescimento do PIB per capita.

    "Conectar a outra metade do mundo vai ser diferente do que foi conectar as pessoas que já estão on-line", afirmou o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, em apresentação nesta segunda (2) no Mobile World Congress.

    Ele quer que as teles sejam mais agressivas em suas metas, mas as operadoras reclamam que a expansão exige muito investimento em infraestrutura e que a conta está inteira no colo delas.

    O problema, porém, vai bem além da expansão da rede, pois três quartos da população mundial já estão dentro da área de alguma cobertura 3G, como mostram os números da própria GSMA.

    Entram na equação questões como o preço dos planos de dados e também dos aparelhos –nesse último caso, a queda tem sido mais rápida.

    Pesa também a educação digital das pessoas que até hoje não conheceram a internet. Zuckerberg, naturalmente, diz acreditar que sua rede pode ser a porta de entrada. "No Facebook as pessoas podem clicar em links no 'newsfeed', ver vídeos. Vão enxergar os ganhos que terão em comprar planos de dados."

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