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    Brasileiros criam celular 'à prova de espionagem'; WhatsApp, nem pensar

    YURI GONZAGA
    ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

    04/03/2015 13h57

    À luz do escândalo de espionagem americana divulgado por Edward Snowden, a brasileira Sikur, atualmente sediada em São Paulo, mas de mudança para Miami, desenvolveu um smartphone "anti-NSA", em referência à agência de segurança nacional dos Estados Unidos. O GranitePhone é superseguro em teoria –mas nem pense em instalar WhatsApp.

    Com toda informação criptografada pesadamente em tecnologia de 2.048 bits, proteção difícil de ser derrubada, e baseado no sistema Android, o aparelho está atualmente em pré-venda por US$ 639 (cerca de R$ 1.900) e dificulta a vida de um eventual abelhudo, ao mesmo tempo em que só permite a instalação de apps aprovados pela fabricante.

    "Os possíveis clientes são governamentais", disse Francisco Cavalcante, gerente de parcerias para a América Latina da Sikur, companhia que é parceira do Ministério da Defesa brasileiro e que desenvolve também aplicativos de mensagem criptografados, categoria que ganhou notoriedade especialmente com o app Telegram no ano passado.

    Em junho, para quando o lançamento do GranitePhone está programado (o preço será de US$ 799, ou R$ 2.400, no mundo todo), o concorrente suíço Blackphone completa um ano de idade.

    Cavalcante diz que a vantagem sobre o rival é que o celular brasileiro, desenvolvido nos escritórios no Brasil, nos EUA e em Dubai, permite ligações para telefones comuns, sem criptografia.

    Ligações seguras só são feitas para aparelhos com o software de chamadas da Sikur (que usa a conexão à internet em vez da rede de voz celular), sejam eles smartphones normais com o app (Androids, iPhones ou Windows Phones) ou, claro, outros GranitePhones.

    Haverá uma loja virtual para apps aprovados, tal qual a App Store ou a Play, onde só software "que não compromete a segurança da plataforma" serão disponibilizados.

    Ou seja, é possível que o WhatsApp esteja disponível um dia, mas isso depende de uma parceria entre as duas empresas.

    No ano passado, o WhatsApp, hoje pertencente ao Facebook, anunciou que passou a criptografar todos os bilhões de mensagens trocadas diariamente pelos usuários.

    Outra vantagem sobre o Blackphone –já idoso para um smartphone– são as especificações, equiparáveis às de topos de linha das grandes fabricantes de Android: processador Snapdragon 800, tela Full HD de 5 polegadas e conectividade 4G.

    "Será um produto premium, com preço também diferenciado", diz Cavalcante.

    Outras funções do aparelho são disco virtual, mensagens e e-mails criptografados.

    O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Intel

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