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    Bolha no mercado de tecnologia é boa para jovens, diz autor de 'Moneyball'

    BRUNO FÁVERO
    ENVIADO ESPECIAL A SALT LAKE CITY

    11/03/2015 13h57

    Autor de diversos best-sellers sobre o Vale do Silício e Wall Street, o escritor americano Michael Lewis disse nesta terça-feira (10) que o mercado de tecnologia passa por outra bolha, assim como aconteceu no início dos anos 2000, mas que isso tem um lado positivo.

    "Bolhas de tecnologia têm um efeito colateral agradável. Levam jovens a empreender, fazer algo produtivo, em vez de ir trabalhar no mercado financeiro", disse. "Eu gosto do fato de que as pessoas estão sendo pagas para falhar. Toda nossa sociedade é baseada na ideia de assumir riscos que não devíamos, é isso que nos faz diferentes do resto do mundo."

    Lewis falou sobre a suposta bolha do mercado durante a conferência Adobe Summit, depois de ser perguntado sobre o que achava do fato de o app de mensagens Snapchat ter recebido uma avaliação de US$ 19 bilhões por empresas de capital de risco.

    "O Snapchat vale US$ 19 bilhões até tentarem pôr a empresa à venda", ironizou. "É inconsistente."

    A discussão sobre se o mercado de tecnologia passa por uma "bolha" –ou seja, se suas empresas estão supervalorizadas– se intensificou no começo deste mês, quando a Nasdaq, bolsa de valores de negocia ações do setor, ultrapassou os 5.000 pontos. A última vez que isso aconteceu foi há 15 anos, em março de 2000, semanas antes do estouro da chamada bolha Dotcom, que levou à falência inúmeras empresas de tecnologia e desvalorizou fortemente muitas outras.

    Formado em economia pela London School of Economics, o próprio Lewis começou sua carreira no mercado especulativo, trabalhando no banco de investimentos Solomon Brothers. Depois que saiu de lá, relatou a experiência e o que conheceu de Wall Street no livro "Liar's Poker", de 1989, (publicado no Brasil em 2013 como "O Jogo da Mentira", pela editora Best Seller).

    Lewis ainda é autor de outros livros como "A Nova Novidade" (editado no Brasil pela Companhia das Letras), em que conta histórias de empreendedores do Vale do Silício, e "Moneyball: the Art of Winning an Unfair Game", que inspirou o filme homônimo estrelado por Brad Pitt, em que narra como um time de beisebol dos EUA começou a usar estatísticas para contratar jogadores.

    O repórter BRUNO FÁVERO viajou a convite da Adobe Systems

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