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    Americano vive 'bromance' com chinês que estava usando seu iPhone roubado

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    18/03/2015 16h42

    Foi um raro, se não bizarro, momento de ternura nas relações entre os Estados Unidos e a China: um jornalista americano abraçando o homem chinês que estava usando um iPhone roubado.

    Matt Stopera e Li Hongjun se encontraram pela primeira vez na noite desta terça-feira (17) em um aeroporto do sul da China, no último capítulo do que alguns habitantes do país estão chamando de um "bromance" (amizade íntima entre homens) internacional.

    Reuters
    Americano Matt Stopera (à esq.) e o chinês Li Hongjun no aeroporto de Jieyang
    Americano Matt Stopera (à esq.) e o chinês Li Hongjun no aeroporto de Jieyang

    Em fevereiro, Stopera, 27, que mora em Nova York e é editor do site BuzzFeed, tornou-se famoso na China por um artigo em que descrevia como imagens feitas no país asiático começaram a aparecer no arquivo de fotos de seu novo telefone (ele teve um iPhone roubado no ano passado).

    O que estava acontecendo era o seguinte: o smartphone surrupiado ainda estava conectado ao iCloud, o sistema de armazenamento em nuvem da Apple, por isso o americano via as imagens feitas por um chinês.

    Internautas do país rastrearam as fotos, e o iPhone, e encontraram Li Hongjun, 30, dono de um restaurante em Meizhou, uma cidade no sul da Província de Guangdong.

    Li e Stopera começaram a conversar pela internet e planejaram o encontro desta semana. O empresário não fala inglês e o editor não fala chinês, mas os usuários de redes sociais na ásia estão convencidos de que eles são almas gêmeas –no terminal, o chinês esperava o americano com um buquê de flores e um mar de repórteres.

    Conhecido como "Brother Orange" (irmão laranja), por causa das selfies tiradas perto de pés de mexerica que apareciam no arquivo do jornalista, Li diz que um sobrinho lhe deu o telefone de segunda mão em outubro, mas não tinha ideia de onde o aparelho tinha vindo. Muitos iPhones roubados nos Estados Unidos acabam na China.

    Stopera, que em um mês atraiu quase 180 mil seguidores no Weibo, uma espécie de "Twitter chinês", postou fotos comendo mingau e rabanete em conserva, plantando uma árvore e tirando uma selfie com Li e seus pés de mexerica.

    Li diz que sua vida não mudou muito desde que conheceu o americano. "Não tem nada demais se os clientes querem tirar fotos minhas. As pessoas me chamam de 'Brother Orange' e tiram fotos quando eu estou na rua, mas isso não me deixa bravo. É bom", contou por telefone.

    Meizhou, uma cidade de 5 milhões de pessoas, fica a cerca de 2.000 quilômetros da capital do país e a 360 km de Shenzhen, onde a fabricante taiwanesa Foxconn produz o iPhone.

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