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    Game 'Ori and the Blind Forest' é cruel e mortífero, mas belo

    ANDERSON LEONARDO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    19/03/2015 15h32

    Quando os créditos de "Ori and the Blind Forest" rolaram, aproximadamente nove horas depois do início, meu contador de mortes marcava 524.

    Perder vidas nesse jogo de aventura recém-lançado para PC e Xbox One é tão comum que os criadores nos oferecem uma maneira de acompanhar e comparar essa estatística.

    Isso porque a Moon Studios, produtora independente formada por desenvolvedores de várias partes do mundo, criou um título realmente desafiador, daqueles que nos obrigam a realizar ações extremamente calculadas para ter sucesso. Ao mesmo tempo, fez dele um dos games mais belos do ano até agora.

    Ori and the Blind Forest é ambientado numa floresta cuja vida é mantida pela monumental Árvore do Espírito. Durante uma tempestade, uma criatura brilhante chamada Ori, parecida com um gato, se desprende da Árvore e viaja como uma folha ao vento até os pés de Naru, uma habitante da mata. Ela adota o monstrinho perdido recém-nascido, e os dois se tornam carne e unha.

    Veja o vídeo

    Para tentar trazer seu filho de volta, a Árvore do Espírito emite um chamado luminoso por toda a floresta de Nibel certa noite. O plano não funciona, e então o ecossistema começa a morrer.

    Os anos se passam, a água se torna insalubre, as árvores não dão mais frutos. Sem alimento, Naru sucumbe à fome, e Ori se encontra novamente perdido, sem família.

    Mais à frente, ele conhece Sein, uma bolinha de luz que diz ser "os olhos e os ouvidos da Árvore do Espírito". Juntos, os dois saem numa jornada para trazer a vida de volta a Nibel.

    LINDO E CRUEL

    Além de desenvolver uma narrativa tocante capaz de amolecer os corações mais rígidos, "Ori and the Blind Forest" é visualmente surpreendente. Seus cenários pintados a mão têm detalhes impecáveis e de encher os olhos que lembram os de "Child of Light", lançado pela Ubisoft no ano passado.

    O título da Moon Studios é inspirado em clássicos do gênero plataforma como "Metroid" e "Castlevania". Há muito o que explorar em Nibel, e Ori está sempre aprendendo novas habilidades (como planar, saltar mais alto ou quebrar superfícies rachadas) para chegar a lugares antes inalcançáveis.

    Com o companheiro Sein, Ori pode invocar chamas espirituais para destruir alguns obstáculos e inimigos do caminho. Mas os monstros são a menor de suas preocupações. Corrompida, a floresta é o personagem que mais impõe riscos à vida de Ori, repleta de espinhos, lasers letais e armadilhas capazes de esmagá-lo como uma formiga.

    Para tornar tudo mais cruel, há pouquíssimos pontos de salvamento automático no game. "Ori and the Blind Forest" põe o poder de criar checkpoints nas mãos do jogador, desde que ele tenha energia mágica suficiente para isso.

    Difícil é se lembrar de fazê-lo com frequência, o que pode resultar em inúmeros ressuscitamentos frustrantes, distantes demais de onde Ori acabara de ser aniquilado. Mas a sensação de vitória quando tudo dá certo é indescritível.

    *

    'ORI AND THE BLIND FOREST'
    DESENVOLVEDOR Moon Studios
    LANÇAMENTO 11 de março de 2015
    PLATAFORMAS PC (R$ 37) e Xbox One (R$ 39)
    AVALIAÇÃO Excelente

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