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    Empresas querem levar a vida financeira para as redes sociais

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    31/03/2015 02h00

    Você organiza um churrasco com os amigos, avisa quanto vai custar e tem de esperar todo mundo fazer a transferência bancária antes de comprar a carne.

    Ter de esperar para o dinheiro cair na conta ou pagar uma taxa para o banco para fazer a transação pode, em breve, virar coisa do passado. Redes sociais e start-ups (empresas iniciantes) estão tentando facilitar os pagamentos entre amigos -também chamados de transferência "peer-to-peer" (ou P2P).

    Em março, o Facebook lançou o serviço dentro do aplicativo Messenger para alguns usuários da rede social nos EUA. Antes disso, em agosto do ano passado, o Snapchat criou o Snapcash, com a mesma funcionalidade. Há ainda o Venmo, plataforma social de transferência de dinheiro do PayPal, que processou US$ 906 milhões em pagamentos no quarto trimestre de 2014, 29% a mais que em igual período do ano anterior.

    Fotos Reprodução/Editoria de Arte

    O fenômeno, que tem direito a "likes", "emoticons" e comentários, já tem nome nos Estados Unidos: "social payment", ou pagamento social. Trata-se de uma tentativa de levar a febre das redes sociais para os serviços financeiros.

    No Brasil, existem algumas iniciativas parecidas, como a da start-up PicPay, que criou uma carteira eletrônica que é carrega com cartão de crédito e pode ser usada para transferir dinheiro a amigos.

    Para Samantha Carvalho, professora da ESPM-RS, a maior parte das experiências de pagamento pelo celular, até aqui, foram negativas. "O usuário tem a sensação de que não funciona e desiste."

    Com empresas como o Facebook entrando no mercado, isso pode mudar, afirma.

    No Brasil, um dos exemplos de sistema de pagamento móvel que tem uso mais intensivo é o Easy Pay, plataforma do aplicativo de táxi Easy Taxi. Para pagar, é preciso cadastrar um cartão de crédito e apertar um botão no app.

    "Hoje, 30% das corridas em São Paulo são pagas pelo aplicativo", diz Dennis Wang, presidente da companhia.

    RESISTÊNCIA

    Internacionalmente, as principais plataformas de transferência P2P realizam operações a débito -com o dinheiro saindo da conta corrente do usuário. As senhas podem ser um código numérico cadastrado no aplicativo, ou, no caso dos iPhones 5S ou superiores, impressão digital.

    Mas bancos brasileiros são bastante resistentes à forma como essas operações são realizadas. No caso do app nacional PicPay, o usuário faz um saque do cartão de crédito para colocar dinheiro na carteira eletrônica -assim, é mais fácil reaver dinheiro desviado em fraudes.

    E, quando um cliente realiza um pagamento a débito, tem o cartão com chip (onde estão as informações de agência e conta) e informa uma senha.

    O cofundador da start-up, Diogo Roberte, diz que, "em breve", vai conseguir que usuários carreguem a carteira a partir do débito.

    O diretor de canais digitais do Bradesco, Luca Cavalcanti, diz que o banco já oferece serviços de internet banking no Facebook. Mas, para operações financeiras, são exigidos passos de segurança equivalentes aos do site da instituição.

    "O Facebook permitirá a criação de aplicativos que vão rodar dentro do Messenger. Os bancos devem desenvolver aplicações dentro da plataforma para tornar a transação mais segura", conta.

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