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    Google passa a priorizar sites pensados para o celular e sofre críticas

    DE SÃO PAULO

    21/04/2015 16h08

    Divulgação
    Ilustração mostra site inapto (esq.) e um apto para navegação no celular
    Ilustração mostra site inapto (esq.) e um apto para navegação no celular

    O Google pôs em prática nesta terça-feira (21) sua nova fórmula de priorização de páginas nos resultados vistos pelos usuários no celular para dar destaque às apropriadas para visualização em dispositivos móveis. A medida desagradou alguns desenvolvedores e marcas que podem ser preteridos.

    "Negócios locais ou pequenos podem ser substituídos [nas buscas] por competidores de grande porte", escreveu em artigo Matt McGee, especialista no tema e editor-chefe do site "Search Engine Land". "As redes de âmbito nacional, que têm o dinheiro e recursos necessários, já se adaptaram."

    Para ele, conteúdo fiável pode ser prejudicado em nome de sites menos úteis ou seguros mas preparados para a mudança. "O que é mais importante: confiança ou adaptação ao celular?", questiona.

    O desenvolvedor Brandon Prettyman afirmou que as necessárias funcionalidades personalizadas e a atualização dos arquivos podem ser "esmagadores". "Pequenos negócios carecem de ferramentas e conhecimento para o ajuste."

    O algoritmo agora manda para cima os sites que têm versão "mobile" (são projetados levando em consideração as telinhas e a operação com os dedos). Internautas no computador não veem a diferença –ou seja, a mesma consulta mostra os links em ordens diferentes.

    Isso pode significar menos visitas a determinada página –e potencialmente menor faturamento com publicidade, em consequência.

    É possível verificar se a mudança afeta algum site por meio de uma página de testes publicada pela empresa (acesse aqui). Também há um tira-dúvidas on-line.

    O site "TechCrunch" testou as páginas das 500 empresas do ranking Fortune 500 e concluiu que 44% delas têm site reprovado nessa avaliação. Um especialista estimou em 40% a fatia dos "principais sites" que tampouco estão preparados, em entrevista ao "USA Today".

    Apesar da implementação dessa nova fórmula, a classificação de uma página pode não mudar, mesmo que não seja "mobile-friendly" (amigável a dispositivos móveis).

    Isso porque o algoritmo leva em consideração uma série de outros fatores, como a relevância do site em relação ao tema procurado e o número de outros endereços que fazem referência a ele.

    Um chefe de marketing da empresa de tecnologia Marin Software disse ao site da revista "Forbes" que as preocupações podem ser exageradas. "Não é o fim do mundo para a maior parte das pessoas", disse, afirmando que a adaptação pode tomar "menos de um minuto" e custar US$ 60 por ano com serviços como o Duda Mobile.

    O Google emitiu um aviso público sobre a alteração há dois meses. A ideia é que internautas não tenham dificuldade em ler conteúdo em portais com layout convencional ao pesquisar usando o smartphone.

    Um site amigável ao celular costuma se adaptar à menor tela ao aumentar as imagens e os textos –em especial o conteúdo clicável– e ao evitar forçar a navegação lateral, entre outras características.

    A medida está sendo chamada informalmente de "mobilegeddon" ("armagedom móvel").

    MUDANÇAS PASSADAS

    Segundo uma reportagem da CNN, outras mudanças no algoritmo de resultados do Google, como um grande realizado em 2011 e chamado Panda, chegaram a levar empresas à falência por causa do menor fluxo de internautas resultante.

    "Descemos das primeiras posições para as páginas seis ou sete", afirmou sobre o caso Jenny Hurren, dona de um site de móveis, à BBC. "Teve um impacto massivo."

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