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    Taylor Swift reclama, e Apple muda política de royalties de novo serviço

    BEN SISARIO
    DO "NEW YORK TIMES"

    22/06/2015 11h26

    Quando Taylor Swift fala, até a companhia mais poderosa do mundo escuta.

    Menos de 24 horas depois de Swift reclamar publicamente que a Apple não planejava pagar royalties durante um período de três meses em seu novo serviço de streaming, a empresa mudou de estratégia e confirmou que vai pagar a totalidade dos direitos dos artistas.

    "Quando eu acordei nesta manhã e li o comunicado da Taylor, ficou bem claro que nós precisávamos fazer uma mudança", afirmou Eddy Cue, vice-presidente da Apple, em um entrevista na noite deste domingo (21).

    Robyn Beck/AFP
    Taylor Swift durante apresentação da turnê 1989, no Rock in Rio de Las Vegas
    Taylor Swift durante apresentação da turnê 1989, no Rock in Rio de Las Vegas

    Em uma nota postada na manhã de ontem em seu perfil no Tumblr, intitulada "para a Apple, com amor", a cantora abordou uma questão que havia começado a causar ondas de choque na indústria musical: a Apple, que havia anunciado um serviço de streaming para competir com Spotify, Rhapsody e Deezer, não ia pagar royalties durante o período de testes, que vão durar três meses.

    Swift, que no ano passado tirou suas músicas do Spotify em uma disputa pelos royalties, chamou a política da Apple de "chocante, decepcionante e completamente dissonante com essa companhia historicamente progressista".

    "Nós não pedimos iPhones grátis", ela disse. "Por favor, não peçam que nós forneçamos nossa música sem compensação."

    A cantora colocou a carta como uma explicação para o fato de estar retirando seu último álbum, "1989", do serviço de música. Mas disse que estava também falando em nome de outros músicos que estavam com medo de falar do assunto –suas palavras tiveram amplo apoio no setor. No Twitter, Elvis Costello disse que o comunicado de Swift era "uma nota de nossa futura presidente".

    O novo serviço de música, chamado Apple Music, será lançado mundialmente em 30 de junho. Além da loja virtual iTunes, vai incluir um plano de assinatura que vai custar US$ 10, uma rádio grátis pela internet e uma plataforma de mídia que vai deixar artistas postarem músicas, vídeos e outros tipos de conteúdo para fãs. Ao contrário do Spotify, que deixa os usuários ouvirem canções de graça ou pagar uma taxa mensal para se ver livre de anúncios, a ferramenta da Apple não terá uma área gratuita.

    A chegada da companhia ao mercado de streaming era muito aguardada pela indústria musical, mas seu plano de não pagar royalties durante o período de testes gerou reclamações de grupos de música independente pelo mundo, que diziam que os termos do acordo eram injustos.

    As críticas de Swift, talvez a maior estrela do pop hoje, tornou-se um incidente de relações públicas ruim para a Apple às vésperas de um lançamento importante.

    Cue, o executivo da Apple responsável pela ferramenta, disse que conversou com a artista neste domingo. "Eu disse a ela que ouvi suas preocupações e fiz a mudança", diz.

    O executivo afirmou que o plano original era pagar uma taxa de royalty um pouco acima do mercado –ao menos 71,5% do que fatura com vendas, contra os 70% que são padrão na indústria– em troca do período de testes grátis.

    Agora, a Apple vai pagar as taxas para as gravadoras e os músicos pelo uso das canções no período. Ele se negou a especificar quanto vai custar isso para a companhia, que hoje é a maior vendedora de música do mundo.

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