Aproximadamente metade dos consumidores que compareceram ao lançamento da fabricante de celulares Xiaomi em São Paulo nesta terça-feira (30) ficou de fora do evento e teve de ficar na fila para ver uma segunda apresentação, realizada cinco horas mais tarde.
Alguns dos chamados fãs demonstraram indignação enquanto esperavam.
"Não é justo ficarmos para um segundo evento, se tínhamos cadastro e chegamos no horário", disse o operador de máquina Silvio Capelati Rosão, 26, que agendou uma folga no serviço para ir ao lançamento, durante o qual a venda do primeiro smartphone da companhia no Brasil foi anunciada.
Consumidores que compareceram ganharam uma bateria externa que é vendida pela Xiaomi por R$ 99.
Segundo a companhia, cerca de 8.000 pessoas se cadastraram para participar, mas só "uma fração" conseguiu credenciamento para entrar no auditório com capacidade para 900 pessoas no shopping Vila Olímpia, zona sul paulistana.
Para conseguir um lugar na conferência original, era preciso se cadastrar pelo site e aguardar por um e-mail de confirmação. Hugo Barra, vice-presidente internacional da marca, atribui a desorganização às pessoas que não foram confirmadas e que foram mesmo assim.
"O certo, na verdade, seria ter dito: 'Não vai dar para você participar porque você não conseguiu o registro'", disse Barra quando questionado pela Folha sobre o ocorrido. "A gente fez diferente, e disse que daríamos um jeito de fazer uma segunda sessão."
No piso do centro comercial que recebeu a apresentação, onde só podia entrar quem tinha registro, era impossível transitar cerca de meia hora antes do começo.
"O pessoal que reclamou", disse Barra, "é quem estará na segunda apresentação. A gente pagou almoço para todo o mundo, vai dar brinde para todo o mundo. Claro que ninguém gosta de esperar duas horas, então é natural que reclamem. A gente lidou muito bem com isso."
"A gente chegou às 10h para receber o kit [de brindes], mas não recebeu nada. A gente vai sair daqui sem nada, e lê nas redes sociais que a empresa acha que está fazendo um gesto simpático, como se fosse um favor para a gente", disse o pedagogo Henrique Oliveira, 23.
Barra disse que "a base de fãs brasileiros é, provavelmente, a mais engajada do mundo." Segundo ele, cerca de 40% dos seguidores da página da marca no Facebook interagem com uma postagem ao menos uma vez por semana, enquanto a média de engajamento virtual de outras marcas é, segundo ele, de 1%.
"Curioso, a Xiaomi falou tanto do amor aos fãs, mas deixou uma galera de fora da apresentação", tuitou o internauta William Marchiori.
A página brasileira da empresa no Facebook tem 37 mil seguidores.