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    Prestes a vender celular no Brasil, Xiaomi nega comparação com Apple

    YURI GONZAGA
    DE SÃO PAULO

    06/07/2015 02h04

    Jason Lee/Reuters/John G. Mabanglo/Efe
    Lei Jun (à dir.), fundador da Xiaomi, é comparado a Steve Jobs por negócios e roupas
    Lei Jun (à esq.), fundador da Xiaomi, é comparado a Steve Jobs por negócios e roupas

    Apesar das referências da imprensa e do público à fabricante celulares Xiaomi como a "Apple da China" –e das semelhanças em produtos–, o vice-presidente internacional da empresa, Hugo Barra, rechaça a comparação.

    "A Apple faz exatamente o contrário do que fazemos", disse à Folha. "Eles não conversam com os fãs, não tratam jornalistas com informalidade, casualidade. Os consumidores da Apple vivem no mundo deles e não conversam com a empresa."

    A Xiaomi tornou-se a marca líder em venda de smartphones em seu país natal em apenas quatro anos e a sétima maior vendedora de celulares no mundo. Nesta terça-feira (7) começa a vender pela internet seus primeiros produtos no Brasil.

    O mineiro Barra, antes chefe da divisão do sistema de smartphone do Google, lidera hoje a expansão global da companhia.

    No evento de lançamento do primeiro celular da Xiaomi no Brasil, na semana passada, o engenheiro, com formação na UFMG e no MIT, comparou seu produto diversas vezes ao iPhone 6.
    Mas, para ele, dizer que há semelhança entre as empresas é "sensacionalismo".

    "Em hipótese alguma você pode dizer que o produto que a gente lançou hoje tenha similaridade com um da Apple, mas a comparação é natural. Quando você está vendo a apresentação de um novo celular, fica se perguntando como aquilo se parece com o iPhone, que é o parâmetro da indústria", diz.

    Além da tela de 4,7 polegadas ("um tamanho padrão", diz Barra), do peso praticamente igual e do software com algumas funções e características visuais parecidas, celular o Redmi 2 tem de fato pouco de iPhone 6 –afinal, é um aparelho de R$ 499 comparado a um de R$ 3.499.

    A empresa é considerada o análogo chinês da Apple porque as apresentações de produtos têm formato parecido (um monólogo cercado de suspense). E seu fundador Lei Jun é equiparado a Steve Jobs por ser considerado um visionário tecnológico e por ter levado a Xiaomi a uma rápida ascensão em popularidade –além de vestir-se em público da mesma maneira.

    A empresa também tem uma massa de consumidores fiéis –a corporação afirma que tem fã clubes em 31 países. Os clientes são conquistados com ações pontuais (no evento em São Paulo, eles receberam uma bateria externa de R$ 99) e com marketing ativo nas redes sociais.

    A página brasileira da Xiaomi tem 37 mil seguidores no Facebook. A Apple não tem uma oficial.

    ANDROID

    Dos tempos de Google, Barra carrega as amizades, mas também negócios –a empresa tem de licenciar e pagar pelo Android. "Estou do outro lado da mesa agora. Mantenho minhas amizades, mas morando na China tudo fica mais difícil. Sempre que posso tento visitá-los."

    O executivo diz gostar de afirmar que o que a Xiaomi faz com seu sistema operacional Miui é o que o Android deveria ser desde o começo, mais aberto. Segundo ele, metade das funcionalidades do programa foi sugerida por consumidores. No fórum chinês, há 40 milhões de usuários cadastrados.

    "Era o que os caras que conceberam o Android tinham em mente: colocar a plataforma na mão de gente que entende de software e desenvolver em cima disso."

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