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    Novo game 'Batman' permite dirigir Batmóvel perigosamente

    ANDERSON LEONARDO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    07/07/2015 02h00

    Divulgação
    Cena do game "Batman: Arkham Knight"
    Cena do game "Batman: Arkham Knight"

    Existe algo de extremamente prazeroso em dirigir o Batmóvel durante a noite chuvosa de Gotham no último e majestoso título da série "Batman: Arkham", lançado para PC (com muitos bugs, o que lhe rendeu uma avaliação negativa), Xbox One e PlayStation 4 no fim de junho.

    Talvez por sua armadura imponente, quase indestrutível. Por seu manuseio fluido e veloz. Ou por seu potencial tecnológico: o automóvel do Cavaleiro das Trevas pode se transformar num tanque de guerra, páreo para combater os veículos pesados que tomaram as ruas da cidade após uma ameaça de terrorismo biológico forçar sua evacuação.

    Desenvolvido pela Rocksteady, "Batman: Arkham Knight" retoma a linha do tempo até então estacionada em "Arkham City" (2011), que desemboca na morte do vilão Coringa. Desta vez, Batman precisa impedir o Espantalho, alter-ego do doutor Jonathan Crane, de lançar sobre Gotham uma toxina alucinógena que intensifica nas vítimas seus maiores medos.

    Aos que temeram a falta do sadismo e da frieza do Coringa (presente em todos os três títulos anteriores da série), o arqui-inimigo do Batman marca sua presença como projeção da mente assustada do herói, afetado por borrifadas da arma química do Espantalho em seus encontros.

    Não posso entrar em detalhes sem estragar o enredo, mas o conflito psicológico do Cavaleiro das Trevas, a principal trama de "Arkham Knight", culmina em sequências absurdas que impressionam o jogador e fazem o game merecer ainda mais alguns prêmios.

    Enquanto o principal objetivo do Espantalho é fazer o Batman sofrer, uma figura mascarada do passado do protagonista chamada de cavaleiro de Arkham busca vingança e quer vê-lo morrer.

    Tudo acontece em uma só longa noite, e o jogador pode explorar como quiser o mundo aberto de Gotham, cinco vezes maior que o de "Arkham City", voando por sobre os edifícios ou conduzindo perigosamente o Batmóvel nas ruas, realizando missões na ordem em que desejar. Nas paralelas ao modo história, ele ainda tem a chance de enfrentar de novo e apreender vilões como Pinguim, Duas Caras e Charada.

    Trailer

    A violência não letal dos outros títulos (o Batman evita a morte de inimigos) é transposta para "Arkham Knight" com combates ainda mais fluidos e ricos em animações - o corpo a corpo contra os criminosos nunca se torna cansativo. Especialmente quando se pode lutar ao lado de amigos, como Robin, Asa-Noturna e Mulher-Gato, alternando o controle entre eles.

    A Mulher-Gato é um caso a parte. Capturada pelo vilão Charada, ela se encontra presa num orfanato com uma coleira explosiva capaz de lhe arrancar a cabeça fora, e só o Batman pode salvá-la. Além de donzela em perigo, ela é basicamente uma das quatro mulheres do jogo inteiro, junto com Arlequina, Hera Venenosa e Barbara Gordon - esta aparece pela primeira vez na série; antes só era possível ouvir sua voz.

    Mas voltemos ao Batmóvel, sem dúvidas uma adição bem-vinda à série "Batman: Arkham" (até seu uso na solução de quebra-cabeças é inteligente), mas também meio tola e repetitiva em alguns momentos. Exatamente pelo fato de se tornar um veículo pesado com metralhadoras e um canhão.

    Como disse, o Batman tem toda uma política de não matar seus adversários, muito menos utilizar armas de fogo; isso é um tema recorrente no jogo e na franquia. A Rocksteady adicionou balas de borracha e mísseis imobilizantes ao arsenal do carro. Transformou ainda os tanques inimigos em veículos não tripulados, controlados remotamente, para que nenhum NPC fosse morto nas explosões.

    Nas ruas, se o Batmóvel vai de encontro com alguém, o que ocorre com frequência, libera uma descarga elétrica que empurra para longe a vítima que teria sido atropelada. Mas a não-letalidade desse mecanismo parece meio absurda quando se está a muitos quilômetros por hora (não há marcação, mas é bem óbvio quando se corre rápido demais).

    Sem contar que as tais batalhas de tanques são mais frequentes do que precisavam ser. Antes da metade do game, eu já buscava uma forma de pulá-las ou me ejetar do carro e deixá-lo para ser destruído. Sem sucesso.

    "Batman: Arkham Knight" põe um ponto final muito além de decente na série lançada em 2009. É um jogo excepcional que explora o psicológico do Cavaleiro das Trevas, com sequências e plot twists impressionantes, sem abrir mão da ação com que os fãs estão acostumados. Tudo é tão fluido que praticamente não existem telas de carregamento.

    *

    BATMAN: ARKHAM KNIGHT
    PLATAFORMAS: PC, XBOX ONE E PLAYSTATION 4
    DESENVOLVEDORA: ROCKSTEADY
    BATMAN: ARKHAM KNIGHT

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