• Tec

    Thursday, 02-May-2024 12:27:13 -03

    Busca de ajuda por vazamento de vídeos íntimos cresce 9 vezes no Brasil

    BRUNO ROMANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    06/07/2015 15h27

    O número de pessoas que procuraram ajuda por casos de pornografia de vingança, quando fotos e vídeos íntimos são divulgados sem consentimento, cresceu nove vezes em quatro anos no Brasil. Segundo a ONG Safernet, especializada em segurança na rede, foram 224 pedidos de ajuda em 2014; em 2010, ocorreram 25 pedidos.

    Os dados foram registrados pelo canal de ajuda on-line da ONG, que oferece atendimento por bate-papo ou por e-mail a vítimas de casos de pornografia de vingança. Desde que as ocorrências passaram a ser registradas, em 2007, o número cresce a cada ano (a exceção foi 2010, que apresentou queda em relação a 2009).

    No primeiro ano, foram feitas apenas cinco denúncias. Em seguida, foram 29 casos (2008), 36 casos (2009), 25 casos (2010), 46 casos (2011), 48 casos (2012) e 101 casos (2013).

    "Os apps para celular contribuíram bastante para o aumento de pornografia de vingança. Antes, as imagens pornográficas ficavam na web em páginas específicas. Hoje elas são distribuídas rapidamente pelos smartphones", explica Juliana Cunha, coordenadora do canal de ajuda da Safernet.

    Os dados da Safernet, porém, não refletem o número real de casos, pois eles representam apenas a quantidade de pessoas que procurou ajuda. "O número de casos é muito maior. Mas conseguimos captar a tendência de alta desse tipo de situação", diz Cunha.

    Em situações nas quais menores são atendidos, o relato vira uma denúncia que poderá ser investigada pela polícia.

    PERFIL

    O perfil da vítima é jovem e do sexo feminino. No ano passado, mais da metade das denúncias partiram de pessoas com menos de 25 anos ( 25% são menores de idade, entre 12 e 17 anos, e 28% tem entre 18 e 25 anos). A maior parte das denúncias partiram de mulheres (81% contra 16% de homens; outros 3% não foram identificados).

    Com 15 ocorrências, São Paulo aparece com o maior número de denúncias. O Estado é seguido por Rio de Janeiro (8), Minas Gerais (7), Bahia (5), Distrito Federal (3), Paraíba (3), Rio Grande do Sul (3), Paraná (3), Pernambuco (2), Santa Catarina (2) e Rio grande do Norte (1). Um grande número de ocorrências, porém, não teve localidade identificada.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024